Jornalismo pós-televisivo: o caso do jornal Bom dia Bauru

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Pós-graduação em Comunicação - FAAC

A evolução gráfico-visual no jornalismo submeteu-se à intervenção de inúmeros fatores ao longo da história como a influência de movimentos artísticos, demandas sócio-históricas e políticas bem como a evolução no próprio processo de impressão. Entretanto, elementos contextuais como o advento da TV em cor e, especialmente a Revolução da Tecnologia da Informação e Comunicação, nas últimas décadas do século passado, alias à falta de credibilidade, gerada pelo imediatismo e instantaneidade na produção noticiosa assim como a gratuidade - que passou a permear esse setor - propiciaram a crise no jornalismo. A proliferação de novos suportes informativos a partir da convergência tecnológica (TV, Internet, ets) incorreria na evasão do leitor do jornalismo impresso, que por sua vez clamaria por remodelações como forma de sobrevivência face à Sociedade da Informação. O formato pós-televisivo de jornalismo surge como uma resposta a tal cenário conjuntural reproduzindo modelos televisivos, como a cópia de um ecrã, por meio de textos concisos, recursos infográficos, primazia da imagem e da cor em uma clara configuração do triunfo do paradigma visual sobre o conteúdo profundo. De posse de um design que privilegia a horizontalidade, os espaços em branco, a paginação modular e a fragmentação noticiosa, o formato aludido articula forma e conteúdo intuindo atender às demandas do leitor contemporâneo - um sujeito fragmentado destituído de tempo - ofertando um jornalismo de leitura rápida, de prestação de serviços e sobretudo permeando pela superficialidade. Desde modo, a presente pesquisa busca inferir a interferência do formato pós-televisivo de jornalismo no cotidiano do leitor, seu exercício da cidadania, bem como sua configuração informativa por meio de coleta junto a uma amostra de leitores e pela análise de pauta do Conselho de Leitores do jornal Bom Dia Bauru.

The visual graphic evolution in journalism has submitted itself to the intervention of several factors throughout its story as the artistic movements influence; social, historical and political demands as well as the evolution of the own printing process. However, contextual elements such as the advent of the colour TV and especially the Communication and Information Technology Revolution, in the last decades of the past century, allied to the lack of credibility caused by the immediate and the instantaneous character in the news production as well as the arrival of the free information - which passed to permeate this sector - propitiated the journalism crisis. The proliferation of new informative vehicles from the technological convergence (TV, Internet, etc) incurred into the reader's flight from the printed press which in turn would plead for transformation as a way of survival, in view of Information Society. The post-televise journalistic format arises as an answer to such a contextual scenery reproducing televise models, as an ecran copy, by means of concise texts, infographics resources, the colour and image primacy in a clear conformation of the visual paradigm triumph over the profound content. In possession of a design which focuses horizontality, the white spaces, the modular paging and the news fragmentation, the mentioned format articulates shape and content in order to answer the contemporary reader's demands - a fragmented subject devoid of time - offering a quick reading and services provision journalism and above all permeated by the superficiality. Thus, the present research seeks to infer the interference of the post-televise journalistic format in the reader's daily and citizenship exercises as well as his informative configuration through the data collection close to reader sample and by the Bom Dia Bauru newspaper's Readers Council guidelines analysis.