A atualidade da criminalização produzida sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST: o caso do acampamento Chico Mendes

Pós-graduação em Ciências Sociais - FFC

O presente trabalho analisa a atual forma de produzir a criminalização sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), examinando, a partir de um de seus acampamentos, que ocorreu em 2005 e ficou conhecido como „Chico Mendes‟, como esse processo também se articula com a criminalização da pobreza. Nesse sentido, ao focar a pesquisa em um dos acampamentos do MTST, busca contextualizar situações que envolvem agentes e mecanismos sociais criados para produzir o movimento e sua base social enquanto suspeitos potenciais de atentarem contra a ordem social vigente, assim, gerando elementos para que sejam julgados criminosos. A atualidade deste processo é contextualizada com o desenvolvimento do modelo neoliberal. Sendo assim, os elementos fornecidos sobre particularidades que incide sobre o MTST servem como suporte para entender aspectos mais gerais da atualidade da criminalização dos movimentos sociais. Alguns aspectos serão enfatizados; o primeiro diz sobre o Estado capitalista e as classes sociais, na perspectiva de como o Estado pode organizar/desorganizar diferentes classes sociais. O segundo é referente à „reconstituição analítica‟ do MTST para destacarmos as dificuldades, avanços e desafios deste movimento que surgiu no contexto político-econômico de desenvolvimento do neoliberalismo. Englobando essa articulação, o trabalho sinaliza para um importante fato que diz respeito ao discurso utilizado gerador de um espectro da consonância entre pobreza e criminalidade.

This paper analyzes the current way to producing the criminalization of the Homeless Workers Movement (MTST) examining from one of their camps which occurred in 2005 and became known as 'Chico Mendes', as this process also articulates with the criminalization of the poverty . In this sense, the focus on research in one of the camps MTST seeks to contextualize situations involving social agents and mechanisms created to produce movement and its social base of potential suspects while they go against the prevailing social order, thus it generating elements that are judging this group as criminals. The relevance of this process is in the context with the development of the neoliberal model. Thus, the evidence on particulars that focuses on MTST serve as support to understand more of the current criminalization’s general aspects of social movements. Some aspects will be emphasize: the first is about the capitalist state and social classes, from the perspective of how the state can organize/ disrupt different social classes. The second is relate to the ' analytical reconstruction ' of MTST we deploy to the difficulties, progress and challenges of this movement that emerged in the political economic context of the development of neoliberalism. Encompassing this articulation, the work points to an important fact with regard to the discourse used in a spectrum of consistency between poverty and crime generator.