Caracterização das intervenções em grupo na rede básica de saúde em Natal-RN

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

A preocupação com a qualidade do atendimento na saúde pública tem levado alguns profissionais a buscar realizar outros tipos de práticas além do tradicional atendimento clínico. Diante dessa situação, é cada vez mais reconhecida a relevância das intervenções em grupo como uma estratégia de atuação para os profissionais da saúde. Essas intervenções têm sido muito utilizadas nos países desenvolvidos como forma de prevenção e tratamento dos problemas de saúde, principalmente no caso das doenças crônicas, devido ao prolongamento da situação de desequilíbrio causado por estas. No contexto local, há pouca divulgação das práticas de intervenção em grupo, apesar do reconhecimento quanto a sua importância. Com a motivação de estudar essas práticas, esta pesquisa objetivou conhecer as características das intervenções em grupo que são realizadas na rede básica de saúde em Natal-RN, bem como o significado e importância atribuída pelos profissionais a essas intervenções. Para isso foi feito um levantamento dos centros de saúde do município de Natal que declararam trabalhar com grupos e alguns profissionais, nesses centros, foram entrevistados. A partir dos dados obtidos nessas entrevistas, foi elaborado o questionário e aplicado em quarenta e cinco profissionais. Evidenciou-se a pouca difusão das intervenções realizadas em grupo, havendo uma preocupação maior com os atendimentos individuais. A maioria das intervenções em grupo são desenvolvidas através de "palestras educativas", visto que muitos profissionais não conhecem outras formas de intervenção grupal. Entretanto, nos centros de saúde envolvidos com a saúde mental, especialmente os NAPS e CAPS, tem sido desenvolvidas um grande número de intervenções grupais, além de haver uma predominância das intervenções em grupos terapêuticos. Por outro lado, nos outros centros de saúde, observou-se que prevalece a falta de condições estruturais para a realização de intervenções grupais, além da pouca motivação e capacitação de alguns profissionais para realizá-las