Cinge a musa o oráculo da tradição: revelações perenes da narrativa em contos de Perrault


Autoria(s): Medeiros, Mácio Alves de
Contribuinte(s)

Charlon, Maria de Lourdes Patrini

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Zilberman, Regina

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Baptista, Selma

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Falleiros, Marcos Falchero

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Medeiros Júnior, Antonio

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Data(s)

17/12/2014

15/12/2010

17/12/2014

12/07/2010

Resumo

Le présent ouvrage comprend des versions comparatives de neuf contes de Perrault, parmi les plus célèbres, publiés dans des éditions intégrales, au Brésil, entre 1934 et 2005. L analyse comparative donne la priorité à l identification des éléments relatifs à l oralité, comme ceux qui appartiennent, selon Ong (1998) et Havelock (1996), à des contextes de cultures antérieures à l épanouissement de l écriture et qui donc élaboraient ses propres structures de pensée et d expression pour interagir dans la vie pratique comme dans la création, dans la transmission et la manutention des coutumes et traditions. Issus des premiers récits, les contes de Perrault, traduits ou adaptés au Brésil, gardent en eux l esprit du langage narratif auquel l auteur français a consagré une attention spéciale, pour transposer dans l écrit quelques récits de la grande expérience humaine née dans le milieu populaire et qui désormais intègrent l espace de l écriture à chaque nouvelle version produite. Les bagages formulaires, comme les épithètes, les interventions du narrateur et la propre relation des signifations de l intrigue avec les structures de l imaginaire toujours présentes dans l humanité, démontrent le rapprochement entre l oralité et écriture. En suivant les discussions théoriques de Zumthor (1993, 1997, 2000) et par l interation du lecteur avec le texte, on constate que ces éléments relatifs à l oralité rendent possibl existence d une performance dans l écrit a partir des impressions cinesthésiques qui chaque lecture provoque chez le lecteur et récepteur d un texte narratif qui revendique, automatiquement, la construction d une ouvrage seulement possible à chaque instant de l interation, par le processus esthétique de la réception. Même au niveau d écrit, ou l intensité de sa présence est diminuée en raison de l absence d un corps physique qui transmet, qui développe, qui opere littéralement le texte par la voix et qui réunit l écoute et la vision de l auditeur, la performance produite s interpose entre le corps du lecteur qui agit sur le texte et en même temps reçoit les sensations lui permettant l expérience esthétique. Ainsi, dans l expérience de la lecture de Contes de Perrault est possible percevoir les éléments qui renvoient à la forme du conte de tradition populaire. Même déjà influencée par l écrit, le lecteur peut identifier, dans cette oeuvre, les possibilités determinantes de la dynamique perpétuel dans la transmission de ses textes: le plaisir de la pratique de l écoute des histoires contées oralement et le plaisir de la pratique de lectures silencieuses et solitaires. Dans ce chemin le lecteur devoit chercher les sens perdus, ici, rencontrés avec l aide des discours littéraires, linguistique, folklorique, anthropologique et psycanalytique sur la surface du texte narratif merveilleux. Outre cela, ces discours collaborent avec le lecteur qui retrouvent les voix emprisonnées par l écrit dans la virtualité et dans émergence d une performance

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

O presente trabalho compreende versões comparativas de nove dos mais conhecidos contos de Perrault publicados em edições integrais, no Brasil, entre 1934 e 2005. Na análise comparativa prioriza-se a identificação de elementos relacionados à oralidade, dentre estes, aqueles relacionados, segundo Ong (1998) e Havelock (1996) a contextos de culturas anteriores ao florescimento da escrita e que, portanto, elaboravam suas próprias estruturas de pensamento e de expressão para interagir tanto na vida prática quanto na criação, transmissão e manutenção de costumes e tradições. Oriundos das narrativas primitivas, os contos de Perrault, traduzidos e/ou adaptados no Brasil, conservam em si o espírito da linguagem narrativa à qual o autor francês dedicou especial atenção ao transpor e recriar, na escrita, estratos narrativos da grande experiência humana nascida no meio popular e que, agora, integra também o espaço da escritura a cada nova versão produzida. As bagagens formulares, como os epítetos, as intervenções do narrador e a própria relação das significações do enredo com as estruturas do imaginário, sempre presentes na Humanidade, demonstram a aproximação entre oralidade e escrita. Com base nas discussões teóricas de Zumthor (1993, 1997, 2000), e pela interação do leitor com o texto, percebe-se que esses elementos relativos à oralidade possibilitam a manifestação de uma performance no espaço da escrita a partir das impressões sinestésicas que cada leitura provoca no leitor e receptor de um texto narrativo que reivindica, automaticamente, a construção de uma obra somente possível a cada momento de interação pelo processo estético da recepção. Mesmo no nível da escrita, cuja intensidade de presença é diminuída em função da ausência de um corpo físico que transmite, que se expande, que opera o texto literalmente pela voz e que alcança os ouvidos e os olhos do ouvinte, a performance gerada se interpõe entre o corpo do leitor que age sobre o texto e ao mesmo tempo recebe as sensações permitidas pela experiência estética. Assim, na experiência da leitura de Contos de Perrault é possível perceber os elementos que remetem ao formato do conto na tradição popular. Mesmo influenciado pela escrita, o leitor pode identificar, nesta obra, as possibilidades determinantes da dinâmica perene na transmissão de seus textos: tratase do prazer conservado e vindo da prática de ouvir histórias contadas oralmente e do prazer vindo da prática da leitura silenciosa e solitária. Neste processo o leitor deve sair em busca dos sentidos perdidos os quais, aqui, são recuperados com o auxílio dos discursos literário, linguístico, folclórico, antropológico e psicanalítico sobre a superfície do texto narrativo maravilhoso. Ademais, na virtualidade e na emergência de uma performance, esses discursos colaboram para que o leitor recupere as vozes aprisionadas pela escrita

Formato

application/pdf

Identificador

MEDEIROS, Mácio Alves de. Cinge a musa o oráculo da tradição: revelações perenes da narrativa em contos de Perrault. 2010. 414 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada; Literatura Comparada) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.

http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/handle/123456789/16328

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

BR

UFRN

Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem

Linguística Aplicada; Literatura Comparada

Direitos

Acesso Aberto

Palavras-Chave #Perrault #Performance #Oralidade #Contos #Perrault #Performance #Oralité #Contes #CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Tipo

Tese