Sociabilidade homoerótica masculina no Rio de Janeiro na década de 1960: relatos do jornal O Snob
Contribuinte(s) |
D'Araujo, Maria Celina Carrara, Sérgio Maia, João Marcelo Ehlert Bomeny, Helena |
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Data(s) |
17/05/2010
17/05/2010
01/03/2010
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Resumo |
Este trabalho estuda uma rede de sociabilidade homoerótica na cidade do Rio de Janeiro na década de 1960 através da análise dos relatos contidos no jornal doméstico – produzido por um dos grupos e que circulava entre os participantes da rede – O Snob. A rede era composta por vários grupos de convivência que se vinham formando desde a década de 1950, e a maioria dos participantes elaborava suas identidades pessoais compartilhando com a sociedade maior a crença de que pertenceriam ao “terceiro sexo”, “sofrendo” inversão sexual. Assim se desenvolveu uma forma de sociabilidade peculiar, caracterizada por encontros festivos em domicílios como estratégia de sobrevivência, visto que as expectativas sociossexuais dos grupos eram envoltas em hostilidade da sociedade maior. Desta maneira esse estudo aponta processos de sociabilização empreendidos pela rede, moldados na invisibilidade, configurando-se, ainda que de maneira não articulada (ou involuntária), em experiência de conquistas dos direitos civis e sociais ao promover ações práticas que possibilitavam encontros de seus membros e que podem ser traduzidas como o direito de ir e vir, o direito de livre expressão, ainda que num espaço segregado (ou segredado?), direitos básicos, que, no entanto, não eram garantidos aos participantes da rede. Evidencia, nessa trajetória, os processos de ressignificação identitária que os grupos vivenciaram ao longo do período estudado. This work is a study about a network of homoerotic sociability in Rio de Janeiro in the 1960s. Its main object are reports and accounts found in a home-produced publication produced by one, and circulated among the groups participating in the network – O Snob. The network was composed of various social groups that had been forming since the 1950s, and most participants worked out their personal identities by sharing with the larger society the belief that homoerotic individuals belonged to the “third sex”, “suffering” from what was considered sexual inversion. Thus a peculiar for mof sociability developed – centered around parties and festive gatherings at people’s houses as a survival strategy, since the expectations of sociosexual groups were surrounded by hostility in the larger society. This study indicates which processes of sociability were going on in the network, and how such sociability, moulded in invisibility, turned out to be – though in a non-articulated or involuntary way – a basic experience in social action and in the achievement of civil rights. It promoted practices that enabled its members to attend to meetings and that can be translated as a pursuit of the right to come and go, the right to freedom of expression, albeit in a segregated (or secret?) space. Those basic rights, however, were not guaranteed to the participants of the network. There is evidence that over the period studied homoerotic groups underwent a process of resignification and redefinition of identity. |
Identificador | |
Idioma(s) |
pt_BR |
Direitos |
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Palavras-Chave | #Sociabilidade gay #Identidade de gênero #Espaços segregados #Gay sociability #Gender identity #Segregated spaces #Identidade sexual #Homossexualismo masculino #Identidade sexual #Anos 1960 #Homossexuais |
Tipo |
Dissertation |