Noções da alteridade, do “outro”


Autoria(s): Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
Data(s)

01/05/2006

Resumo

Na perspectiva de Dussel (1997 apud Guareschi, 2002), desenvolvida por Pedrinho Guareschi (2002), a alteridade é analisada segundo uma dimensão relacional pois, a existência do Um implica a do “Outro” dentro do contexto da relação social entre seres humanos. Por outro lado, o “outro” é construído sob duas formas: na primeira “outro” como “di-ferente”, na segunda como dis-tinto” (Dussel, 1997a apud Guareschi, 2002). Em que o “outro” como “di-ferente” provém do latim, sendo que, “dis (…) significa divisão ou negação; ferre significando levar com violência, arrastar. Nesse sentido, o diferente é o arrastado desde a identidade original e coloca-se como o oposto” (Dussel, 1997a apud Guareschi, 2002:157). Por outro lado, “outro” visto como “dis-tinto”, de dis e tinguere em latim, porém nessa concepção, ainda que ele seja um “outro”, não é “arrastado para fora”, pelo contrário, possui a sua identidade e estabelece com o “‘mesmo’ relações de diálogo, construtivas, de conversão” (Dussel, 1997a apud Guareschi, 2002:157).

Pode-se ver que, se na primeira dimensão do “outro”, este é visto como um ser dissociado do Um, cuja acção não influencia em nada a do Um, sendo somente um ser cuja identidade é um resultado da acção do Um; na segunda dimensão, ele é visto como um “outro” que além de participar na construção da identidade do Um, eles constrõem as suas identidades na interacção social que estabelecem entre si, sendo ambos essenciais à própria dinâmica da interacção. Ou como afirma Guareschi (2002: 161-162) “Damos conta de que o outro é alguém essencial em nossa existência, no nosso próprio agir. Ele se torna necessário, alguém imprescindível para a própria compreensão de mim mesmo”. Joffe (2002:109), por outro lado, introduz o conceito de “outro” segundo a abordagem feminista e cultural, na qual, o conceito é remetido “somente àqueles que estão excluídos, e implicitamente subordinados ao grupo de pessoas que supostamente se consideram possuidoras e donas das ideias dominantes”. Nessa visão, o “outro” é tido como um ser que, simultaneamente, é um depreciado, repudiado e um ser que por suscitar desejo, é desejado.

Identificador

Contacto

http://bdigital.cv.unipiaget.org:8080/jspui/handle/10964/227

http://hdl.handle.net/10961/4309

Idioma(s)

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Publicador

Universidade Jean Piaget de Cabo Verde

Palavras-Chave #Alteridade #Outro
Tipo

info:eu-repo/semantics/Article