A adaptação psicológica da mãe face a doença crónica do filho


Autoria(s): Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
Data(s)

01/01/2008

Resumo

O presente trabalho debruça-se sobre o estudo das estratégias de adaptação psicológica das mães face a doença crónica do filho. Pretende caracterizar a reacção das mães face ao diagnóstico da doença crónica, identificar as maiores dificuldades que essas mães enfrentam em lidar com o filho e conhecer as estratégias de coping usadas pelas mães para lidar com as situações decorrentes da doença do filho. O estudo é do tipo descritivo-exploratório caracterizado por uma abordagem qualitativa. Os sujeitos da amostra são 6 mães de crianças com acompanhamento regular no Serviço de Fisioterapia no Centro de Saúde Reprodutiva da Fazenda, cujo filho (a) é portador da Paralisia Cerebral com a idade compreendida entre 0 e os 5 anos. Optou-se ainda, como critério de inclusão, por um tempo de diagnóstico de pelo menos 6 meses. As mães foram escolhidas por conveniência. Para a colecta dos dados foi utilizada uma entrevista semi-estruturada que cobriu as dimensões: coping de confronto com o diagnóstico, aceitação da situação, as dificuldades e estratégias da superação, o apoio social, as estratégias de superar os atrasos de desenvolvimento e a socialização da criança. As respostas das entrevistas foram registadas e tratadas com base na análise de conteúdo. O estudo revela que o confronto com o diagnóstico é um choque emocional tendo as mães manifestados sintomas depressivos. Apesar desse choque, as mães revelaram aceitar a situação e igualmente algumas estratégias de enfrentamento da situação. As mães deste estudo referiram ter dificuldades concretas e práticas. As estratégias utilizadas pelas mães são com vista a superar tanto as suas dificuldades como também das crianças. No que se refere ao apoio social, este foi descrito como sendo proveniente dos familiares, nomeadamente os avós e outras pessoas significativas da rede social da mãe e da criança como os pais, os amigos, tios e vizinhos. A maioria das mães está interessada no tratamento dos seus filhos e usa estratégias que ajudam nesse tratamento. Os resultados deste estudo revela que na sua maioria as mães estão bem adaptadas, o que pode ser explicado pelo facto delas estarem a ser beneficiadas por um acompanhamento multifacetado intensivo, o que lhes permite enquadrar as angústias, tirar as dúvidas e encontrar o apoio e amparo necessários. O suporte social recebido tanto pela família como pelos amigos e profissionais de saúde pode ter sido fundamental para aliviar o stress psicológico e possibilitar uma maior tomada de consciência da situação. Quanto as estratégias de coping essas revelam mais centradas no problema.

O presente trabalho pretende contribuir para a identificação das estratégias de adaptação psicológica das mães face a doença crónica do filho. Embora o tratamento médico para as doenças crónicas infantis tenham evoluído e as taxas de sobrevivência tenham aumentado de forma significativa, a literatura tem mostrado algumas implicações emocionais tanto para criança como também para os familiares, em particular a relação mãe-filho. Santos et al. (1996) consideram que as mães tendem a relatar níveis mais altos de stress, pelo facto de geralmente serem responsáveis pela maior parte dos cuidados adicionais dispensados à criança.

Identificador

http://bdigital.cv.unipiaget.org:8080/jspui/handle/10964/115

http://hdl.handle.net/10961/4200

Publicador

Universidade Jean Piaget de Cabo Verde

Palavras-Chave #Adaptação psicológica materna #Estratégias de coping #Stress parental #Paralisia cerebral #Doença crónica.
Tipo

Thesis