De passagem. Nos rastos de um percurso imaginário


Autoria(s): Pires, Helena
Contribuinte(s)

Martins, Moisés de Lemos

Miranda, José Bragança de

Oliveira, Madalena

Godinho, Jacinto

Data(s)

01/04/2011

Resumo

[Excerto] Em trânsito, outdoors, o nosso ser transforma-se em desaparecimento. Dispensados de representação para o outro (Simmel, 1992), é aí, no «(não)lugar» (Auge, 1989), nos interstícios da invisibilidade, que passamos a seres outros. Seres desabrigados, perdemo-nos numa espécie de mapa de desatenções. Isto é, participamos do corpo da «multidão», distendidos na silenciosa cumplicidade com as formas sensíveis. O que significa este passar? Como apreendê-lo? Motivada por estas inquietações, proponho-me pensar o intervalo entre o ser íntimo (Sennett, 1979) e o «já sentido» (Perniola, 1993), o fechamento e a abertura. Procurarei assim dar conta da indeterminação existente entre a esfera privada e a esfera pública, do «entre-dois» nos termos de Hannah Arendt. Captar este meio implica interrogar os espaços (e os tempos) que fazem o nosso trajecto imaginário de todos os dias. Com este propósito, interessa-me reflectir a partir das imagens — considerando, em particular, as imagens de publicidade exterior — que incessantemente revisitam os itinerários do nosso quotidiano fazendo paisagem. A leitura das imagens publicitárias que se nos interpõem de passagem permite-nos reconstituir percursos últimos de deriva.No limite da experiência, não deixamos, à maneira de Benjamin, de deambular por entre os labirintos possíveis. É nos lugares imaginários que se refugia o desejo de flânerie, mas também a sua perseguição.

Identificador

978-989-8377-12-8

http://hdl.handle.net/1822/40191

Idioma(s)

por

Publicador

Grácio Editor

Relação

http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/article/view/1800/1730

Direitos

info:eu-repo/semantics/openAccess

Palavras-Chave #Outdoors #Publicidade exterior #Representações #Espaços #Imagem
Tipo

info:eu-repo/semantics/bookPart