Estudo da aplicação de adesivos de cura UV em conservação e restauro de vidro e vitral


Autoria(s): Ablum, Ana Raquel de Oliveira
Contribuinte(s)

Vilarigues, Márcia

Ramos, Ana Maria

Data(s)

25/01/2016

25/01/2016

01/09/2015

01/01/2016

Resumo

Do presente trabalho resultou a submissão de um artigo, com o título UV Curing Adhesives for Conservation of Glass- Chemical and Mechanical Stability, para comunicação oral em conferência internacional intitulada Recent Advances in Glass and Ceramics Conservation, a ocorrer em Wroclaw, Polónia, de 25 a 29 de Maio de 2016, no âmbito do ICOM-CC Glass and Ceramics Working Group Interim Meeting.

Alguns dos adesivos tradicionalmente utilizados na conservação e restauro de vidro e de vitral possuem tempos de cura longos, o que por vezes se torna num inconveniente, sobretudo quando pretendemos ter uma colagem célere com o máximo de eficácia possível. Os adesivos de cura UV surgem assim como uma solução alternativa para este problema, uma vez que curam em poucos minutos, proporcionando uma união de fragmentos bastante rápida, bem como uma aplicação direta do produto sem haver a necessidade de preparação prévia de soluções químicas. Tal, não se verifica com alguns adesivos tradicionalmente utilizados, como a Hxtal® NYL-1 e o Paraloíd® B72, cuja eficácia embora seja do conhecimento dos conservadores-restauradores, têm tempos longos de cura ou de secagem. O presente trabalho de investigação tem assim como objetivo, o estudo de dois adesivos de cura UV aplicados ao restauro de vidro e de vitral- Bohle® MV 760 e Vitralit® 7561- comparativamente com a Hxtal® NYL-1 e o PB®-72, de modo a avaliar a estabilidade destes adesivos à foto-degradação em solarbox e em condições de humidade relativa elevada, e desta forma estimar as vantagens destes adesivos face aos tradicionais. Nos três tipos de vidro escolhidos (incolor, verde de cobre e azul de cobalto) foram preparadas na totalidade 180 amostras coladas com cada adesivo, para realização de testes mecânicos de tração. Foram ainda realizados 24 filmes sobre vidro incolor, para análises de μ-FTIR, espectroscopia de UV-Vis e colorimetria. Os resultados obtidos após foto-degradação e exposição à humidade relativa elevada foram posteriormente comparados com as amostras de referência. Foi possível comprovar que o PB® -72 não sofreu praticamente nenhuma alteração no seu espectro de infravermelho, refletindo-se numa variação de cor mínima, não percetível ao olho humano, sendo assim bastante estável ao envelhecimento. Por outro lado, foi aquele que apresentou menor resistência mecânica. A Hxtal® NYL-1 sofreu alguma alteração de cor perante a foto-degradação, ainda assim sendo muito pouco percetível a olho nu. No que diz respeito aos adesivos de cura UV, verificou-se que a Vitralit® 7561 registou alguma alteração química com a foto-degradação, tendo um maior grau de amarelecimento, e sendo por isso aparentemente pouco estável a este fator. A Bohle® MV 760 foi o adesivo que apresentou maior resistência mecânica e menos alterações de cor, uma vez que o seu mecanismo de degradação sugeriu uma quebra das ligações de uretano, responsáveis pela reticulação do polímero, enquanto o esqueleto da componente acrílica permaneceu aparentemente intacto. Os ensaios de exposição à humidade relativa elevada parecem não ter afetado a estabilidade dos adesivos estudados. Foi ainda interessante observar que a presença de catiões metálicos, que conferem a cor ao vidro, tiveram influência no comportamento mecânico, uma vez que estes parecem ter funcionado como uma barreira de proteção dos polímeros, contra a radiação UV na câmara de envelhecimento.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/16324

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Vidro #Vitral #Adesivos de cura UV #Ensaios mecânicos de tração #Colorimetria #Espectroscopia de UV-Vis #Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias
Tipo

masterThesis