Factores sociodemográficos na saúde oral : influências nos comportamentos de rotinas de saúde oral, frequências de idas a consultas, auto avaliação do estado de saúde oral e presença de dor em jovens de 12 anos


Autoria(s): Bombert, Ana Filipa de Fortuna
Contribuinte(s)

Nunes, Carla

Manso, Cristina

Data(s)

22/04/2015

08/12/2016

2014

Resumo

RESUMO - Introdução: A saúde oral é uma componente essencial na saúde geral e no bem-estar dos indivíduos. Sabe-se que os problemas de saúde oral afectam predominantemente os elementos de níveis socioeconómicos mais baixos, evidenciando a influência dos determinantes sociais da saúde na saúde oral das populações. Os objectivos deste estudo são caracterizar os comportamentos de rotinas diárias de higiene oral, frequências de idas a consultas de saúde oral, auto-avaliação do estado de saúde oral e percepção de dor na cavidade oral em crianças de 12 anos em Portugal e analisar a associação entre estes e os factores sociodemográficos. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, transversal e analítico, abrangendo 1309 jovens e baseado em informação recolhida no III Estudo Nacional de Prevalência de Doenças Orais (ENPDO). Para além das estatísticas descritivas usuais, as estatísticas inferenciais basearam-se predominantemente em modelos de regressão logística binária. Resultados: Dos participantes, 70.6% (n=924) escova “duas ou mais vezes por dia” com associação com todas as variáveis sociodemográficas. Na análise multivariada, o género masculino (OR=2.088; IC95%: 1.574-2.770, em relação ao género feminino), a área de residência predominantemente rural ou mediamente urbana (OR= 1.800; IC95%: 2.587; OR=1.516; IC95%: 1.093-2.103, em relação a zonas predominantemente urbanas), a escolaridade da mãe ser o ensino básico (OR= 2.112; IC95%: 1.408-3.168, em relação ao ensino superior) e a actividade laboral do pai ser desempregado (OR= 1.938; IC95%: 1.280-2.934, em relação a ser trabalhador) foram as variáveis com mais impacto para a adopção de comportamentos de escovagem potencialmente inadequados (p<0.05). A maioria dos inquiridos (94.2%; n=1247) já tinham ido a uma consulta de saúde oral e 74.5% (n=860) nos últimos 12 meses, 95.5% (n=1250) encontram-se satisfeitos com a saúde oral e 44.5% (n=578) afirma ter tido algum tipo de dor na cavidade oral nos últimos 12 meses. Conclusão: Os resultados obtidos estão de acordo com a literatura em termos de factores de associação. Desta forma, a saúde oral nos jovens de 12 anos em Portugal, nos diversos contextos aqui analisados, pode ser considerada como satisfatória. A única excepção relevante é a componente da dor, com valores alarmantes embora de natureza mais subjectiva. A influência dos factores sociodemográficos sugere que futuras abordagens para a promoção da saúde oral tenham em conta os determinantes de saúde no delineamento de estratégias quer a nível individual quer a nível comunitário.

ABSTRACT - Introduction: Oral health is an essential component to the overall health and well-being of individuals. It is known that oral health problems are related with lower socio-economic levels, demonstrating the influence of social determinants of health on oral health of populations. The aim of this study was to understand the frequency of behaviors of daily oral hygiene routines, frequency of oral health appointments, self-rated oral health and perception of pain in the oral cavity in children aged 12 years in Portugal and verify the association between socio-demographic factors and them. Methods: We conducted a cross-sectional and observational, analytical study based on 1309 adolescents using the data of the III National Prevalence Study for Oral Diseases (ENPDO). After descriptive analyses, binary logistic regression models were used. Results: 70.6 (n= 924) brush "twice a day or more" with association for all socio demographic variables. After multivariate analysis the male gender (OR=2.088; IC95%: 1.574-2.770, to female), area of residence rural or periurban (OR= 1.800; IC95%: 2.587; OR=1.516; IC95%: 1.093-2.103, to urban areas), educational level of the mother on basic education (OR= 2.112; IC95%: 1.408-3.168, to university degree) and father's unemployment (OR= 1.938; IC95%: 1.280-2.934, to an employment) were the variables with higher impact on not brushing daily in a properly way (p<0.05). About 94.2% (n=1217) had already an oral health appointment and 74.5% (n=860) were in the last 12 months, 95.5% (n=1250) are satisfied with their oral health and 44.5% (n=578) claim to have had some kind of pain in the oral cavity in the last 12 months. Conclusion: Our results are in agreement with the literature and oral health of 12 years old portuguese adolescents can be regarded as satisfactory. The only exception is pain, with alarming values but more subjective too. The influence of socio-demographic factors suggests that future approaches to oral health promotion should take into account the determinants of health when planning both strategies at the individual level or at community level.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/14817

201107635

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Saúde oral #Frequência de escovagem #Consultas de saúde oral #Comportamentos em saúde #Oral health #Frequency of brushing #Oral health appointments #Health behaviors
Tipo

masterThesis