Adesão terapêutica e hipertensão arterial : o uso de fontes administrativas de dados de prescrição e levantamento de medicação na estimação da adesão à terapêutica com antagonistas dos recetores da angiotensina


Autoria(s): Moita, Bruno Domingues
Contribuinte(s)

Santana, Rui

Data(s)

15/04/2015

15/04/2015

2012

Resumo

RESUMO - Objetivos: São objetivos do presente estudo caraterizar a adesão terapêutica, primária e secundária, na Região de Saúde do Alentejo em utentes que seguiram tratamento para Hipertensão Arterial com Antagonistas dos Receptores da Angiotensina e constatar se a adopção de diferentes medidas produz diferentes resultados de adesão terapêutica. Metodologia: Este estudo é uma análise retrospetiva da prescrição e levantamento de ARA nos anos de 2010 e 2011 na Região de Saúde do Alentejo. Foram considerados 22.450 utentes e cinco diferentes medidas de adesão terapêutica: Rácio de Adesão Primária, Medication Possession Ratio, Compliance Rate, Refill Compliance Rate, Continuous Measure of Medication Gaps. Resultados: Constatou-se que a adesão terapêutica primária para os 22.450 utentes considerados na amostra foi de 0,612 (DP 0,325), a adesão terapêutica medida pelo indicador MPR foi de 0,557 (DP 0,380), pelo indicador CR foi de 0,697 (DP 0,517), pelo indicador RCR foi de 0,695 (DP 0,518) e pelo indicador CMG foi de 0,648 (DP 0,351). Independentemente do indicador considerado, a adesão terapêutica foi mais elevada no sexo feminino do que no sexo masculino, os utentes do sexo feminino apresentaram níveis de sobre-aquisição de medicação mais elevados e a prevalência de utentes que no período não chegaram a levantar nenhuma embalagem de medicação, não obstante a necessidade clínica ter sido identificada em pelo menos 2 momentos no período, foi mais elevada no sexo masculino. As faixas etárias acima dos 70 anos apresentaram níveis médios de adesão terapêutica significativamente superiores aos verificados nas faixas etárias que compreendem os utentes em idade ativa. Constatou-se que os concelhos que apresentaram resultados de adesão terapêutica inferiores à média amostral por um determinado indicador, em regra, viram confirmada essa tendência pelos restantes indicadores. Não obstante, verificou-se que os rankings de desempenho obtidos pelos cinco indicadores apresentaram concordância estatística fraca. Conclusões: Concluiu-se que, não obstante a existência de um conjunto de limitações e condicionalismos metodológicos, os dados atualmente recolhidos ao nível da prescrição e conferência de receituário permitem a mensuração dos comportamentos de adesão terapêutica. A inexistência de consenso científico terminológico tem conduzido à proliferação de indicadores com o fito de medir a adesão terapêutica que, sendo conceptualmente distintos na sua construção, conduzem a diferentes resultados de adesão terapêutica. Os resultados obtidos pelo presente estudo permitiram confirmar este aspecto pelo que não se recomenda a utilização de apenas um indicador para análise dos comportamentos de adesão terapêutica dos utentes.

ABSTRACT – Objectives: The objectives of this study are to characterize primary and secondary adherence in patients that follow hypertension treatment with angiotensin II antagonists and to determine whether the adoption of different measures produce different adherence results. Methodology: This study is a retrospective analysis of drug prescription and dispensation/claims data, from January 2010 until December 2011 in the Alentejo, Portugal. It were identified 22.450 patients and five different measures of adherence therapy: Ratio of Primary Adherence, Medication Possession Ratio, Compliance Rate, Refill Compliance Rate, Continuous Measure of Medication Gaps. Results: Primary adherence for the 22.450 patients considered in the sample was 0.612 (SD 0.325). Adherence values obtained for MPR, CR, RCR and CMG were, respectively, 0.557 (SD 0.380), 0.697 (SD 0.517), 0.695 (SD 0.518), 0.648 (SD 0.351). Regardless the measure in use, therapeutic adherence was higher in females, prevalence of medication oversupply was higher in female patients and prevalence of patients that during the period did not claim any prescription was higher in males. The age groups above 70 years old had adherence rates significantly higher. It was found that the counties that results showed lower adherence mean values for a given indicator, as a rule, confirmed this trend by the remaining indicators. However, it was found that the rankings performance achieved by the five indicators presented weak statistical agreement. Conclusions: Notwithstanding the existence of a set of methodological limitations and constraints, prescription and dispensation data currently collected allow the measurement of adherence behaviours in Portugal. The lack of terminology consensus has led to proliferation of adherence measures which, being conceptually distinct in their mathematical construction, lead to different adherence results.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/14729

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Adesão Terapêutica #Fontes de Dados Administrativas #Hipertensão Arterial #Alentejo #Adherence #Compliance #Administrative data #Arterial Hypertension
Tipo

other