Brasil, visão do que fomos, do que somos e do que devemos ser: a causa Luso- Brasileira em João de Barros, 1912-1922


Autoria(s): Miranda, Luciana Lilian de
Data(s)

03/09/2014

03/09/2014

01/07/2014

Resumo

Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em História

Esta dissertação de doutoramento visou recuperar o percurso do reconhecido escritor-cidadão, poeta, pedagogo, publicista e republicano português João de Barros (1881-1960), enquanto protagonista da campanha pela aproximação cultural luso-brasileira, nos anos de 1912 a 1922. Para situarmos melhor tal campanha, é importante destacar que houve um marcante debate de ideias sobre as relações luso-brasileiras, estimulado por grupos de intelectuais em ambas as margens do Atlântico, sobretudo, nas duas primeiras décadas do século XX. João de Barros deixou relevante contribuição sobre as coisas e as gentes do Brasil, numa militância pela melhor compreensão entre as culturas portuguesa e brasileira. Tal empenho pode ser conferido nas onze obras dedicadas ao tema, ao lado dos inúmeros artigos publicados em periódicos e coletâneas. Devemos ressaltar, ainda, a fundação da revista Atlântida (1915-1920), numa parceria com o escritor brasileiro Paulo Barreto (1881-1921), o “João do Rio”, dentre outras iniciativas que alimentaram a utopia do luso-brasileirismo. Buscamos, portanto, analisar as ideias defendidas por Barros no conjunto de obras batizadas de Campanha Atlântica, durante a I República Portuguesa. Foram estes os anos de maior participação do nosso personagem na vida político-social do país. São deste período: A Energia Brasileira (1913), Caminho da Atlântida: uma campanha luso-brasileira (1918), A aproximação luso-brasileira e a paz (1919), Sentido do Atlântico (1921), Heróis Portugueses no Brasil (1922), Portugal, Terra do Atlântico (1923) e Olavo Bilac e Euclides da Cunha (1923). O nosso fio condutor, no primeiro capítulo, foi o argumentário apresentado nas obras; A Energia Brasileira (1913) e O Sentido do Atlântico (1921), ambas publicadas após as duas primeiras estadias do poeta no Brasil. Buscamos, ainda, situar o pensamento do autor no contexto dos debates das correntes nacionalistas e nativistas vigentes na época, acerca do contributo da herança cultural portuguesa no Brasil e a importância do país na História lusa. No segundo capítulo, concentramo-nos nas temáticas apresentadas na revista Atlântida (1915-1920), criada com o intuito de promover a aproximação literária-cultural entre Portugal e Brasil. Dentre os temas debatidos no mensário, destacou-se a polémica proposta de uma confederação luso-brasileira. Visamos, ainda, cotejar as leituras das revistas A Águia (1910-1932) e Nação Portuguesa (1914-1938) acerca do tema luso-brasileiro, tendo em vista que as mesmas foram coetâneas da Atlântida e representavam importantes correntes de pensamento no contexto português da época.Dedicamo-nos, no último capítulo, a problematizar as temáticas discutidas por João de Barros nas obras Heróis Portugueses no Brasil (1922), Portugal, terra do Atlântico (1923) e Olavo Bilac e Euclides da Cunha (1923). As mesmas foram produzidas no entorno das comemorações do I Centenário da Independência Brasileira, em 1922, altura em que se deu a terceira viagem do autor ao Brasil como membro da comitiva presidencial de António José de Almeida.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/13092

101292856

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Relação

Apoio financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #João de Barros #Relações luso-brasileiras #Intelectuais #Nacionalismos
Tipo

doctoralThesis