A inserção profissional dos diplomados do ensino superior: conciliação e conflito na relação entre o trabalho e outras esferas da vida social
Data(s) |
03/09/2014
03/09/2014
01/07/2014
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Resumo |
Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Sociologia, ramo de Sociologia da Cultura, do Conhecimento e da Educação A aposta na obtenção do diploma do ensino superior constitui, em Portugal, um recurso para a concretização das aspirações a trajetórias profissionais de sucesso. A posse de um diploma do ensino superior tem-se traduzido em posições profissionais mais vantajosas no mercado de trabalho, comparativamente aos que não detêm o diploma. No período em que era possível vivenciar, no plano das aspirações e das concretizações, o desiderato da ascensão social através da aposta na formação superior, encontrávamos poucos discursos que enfatizavam as “barreiras invisíveis” que se poderiam colocar em prol da posse dos capitais (económico, cultural e simbólico), como da classe social, do género, ou mesmo da área de formação, nas trajetórias profissionais dos diplomados do ensino superior em Portugal. Os discursos sobre a importância da qualificação de quadros, num país onde o número de diplomados fica aquém da média europeia, pareciam apontar para a existência de “um lugar para todos” quantos se formassem no ensino superior. No entanto, as trajetórias profissionais ocorrem num contexto social e cultural específico, pautado por representações sociais dos papéis que os homens e mulheres devem desempenhar na sociedade. Em Portugal, persiste um modelo conservador quanto aos papéis de género, apesar da forte presença feminina no mercado do trabalho, a tempo inteiro. Esta relação diferenciada com o trabalho, em parte associado à disponibilidade temporária para investir nesta esfera da vida social, tem-se traduzido em diferentes posicionamentos no mercado de trabalho, sendo os homens associados a trajetórias mais capitalizadas, melhor remuneradas e mais seguras. Os salários mais elevados, o acesso cargos de topo e os vínculos contratuais mais seguros estão mais presentes entre os homens. Mas para homens e mulheres o trabalho é também uma fonte de realização pessoal, de sociabilidades e de afirmação da sua utilidade social. Com o presente texto pretendemos contribuir para o aprofundamento da área dos “estudos de género” no quadro dos processos de inserção profissional dos diplomados do ensino superior, através da exploração das semelhanças e diferenças de género na condição objetiva (posições alcançadas no mercado de trabalho e avaliação da condição objetiva perante o trabalho) e na relação subjetiva com o trabalho (centralidade absoluta e relativa do trabalho e valores do trabalho que os diplomados pretendem concretizar). |
Identificador |
http://hdl.handle.net/10362/13091 101460619 |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
Relação |
A presente tese foi desenvolvida no âmbito do projecto de investigação “Percursos de inserção dos licenciados: relações objetivas e subjetivas com o trabalho” (PTDC/CS-SOC/104744/2008), financiado com base em fundos nacionais pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Diplomados do ensino superior #Género #Trajetória profissional #Centralidade do trabalho |
Tipo |
doctoralThesis |