Água, Arte e Consciência no Século XXI. O papel da tecnologia no fluxo da natureza


Autoria(s): Abernú, António Augusto Baptista
Data(s)

25/06/2014

25/06/2014

01/03/2014

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Comunicação, Especialização em Comunicação e Arte

A relação do homem com a água tem vindo a modificar-se ao longo dos últimos séculos. A humanidade perdeu o contacto espiritual com o arquétipo da água e, num futuro muito próximo, arrisca-se a perder o elemento físico que é a água. A ontologia da água tem a ver com a evolução temporal, a contaminação, a mistura, a fusão de materiais e a recodificação permanente de memórias. A água é transformação, metamorfose, regeneração formal, articulação da vida e da morte. Esta dissertação tem como ponto de partida o acréscimo da presença da água como matéria na arte contemporânea do Século XXI, os problemas ecológicos e de sustentabilidade ambiental, bem como um trabalho pessoal, com mais de três anos, em torno de uma sensibilização para o universo da água. O pensamento estético e a teoria da arte têm passado a ser nas últimas décadas, um pensamento interdisciplinar em que filosofia e história podem encontrar cada vez mais apoios nas ciências sociais, nas ciências naturais, nas tecnologias e nos estudos culturais. O aumento da presença da água na arte contemporânea deve-se principalmente às mudanças tecnológicas e científicas, aos novos meios de codificação da informação, aos problemas ecológicos, à privatização e a uma nova consciência do individuo e da humanidade. Pretende-se encontrar sinergias em torno das relações e das interligações que cada vez mais, a água tem com todos os campos da história, filosofia, arte, ciência e tecnologia. Para tal serão estudados autores, projectos artísticos, investigações e estudos científicos em torno de conceitos de forma, informação e memória da água. Ainda um inquérito sobre a água será realizado a um universo de pessoas para obter uma noção do seu conhecimento sobre a ontologia da água e algumas das suas características ímpares. A água constitui para um grande número de artistas contemporâneos um elemento material que tem a capacidade de ligar a experiência do mundo actual com um sentido profundo e primogénito da mudança, do devir, de uma relação do ser humano com o tempo e com a natureza. Redes de informação, fluxos de criação de conhecimento, processos abertos, compartidos e complexos, referentes a realidades vinculadas com modelos de desenvolvimento das teorias do caos, da cibernética e da dinâmica dos fluidos, panth rhei ! tudo flui. Uma investigação metodológica que defina e analise a semântica de materiais contemporâneos numa perspectiva arqueológica dos meios artísticos e científicos. Uma arqueologia de meios artísticos supõe uma atenção às mudanças ontológicas experimentadas e uma análise critica da construção da realidade. Este trabalho responde à consciência de uma necessidade de localizar espaços de encontro entre perspectivas desunidas, de explorar pontos cegos e zonas escuras, guardadas fora dos limites estabelecidos disciplinarmente.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/12247

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Chave #Água #Arte #Ciência #Consciência
Tipo

masterThesis