Quando jovens ganham voz. Uma pesquisa etnográfica sobre media e culturas juvenis
Data(s) |
08/05/2014
08/05/2014
01/10/2007
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Resumo |
Tese de mestrado, Ciências da Comunicação, Estudo dos Media e do Jornalismo o fenómeno da exclusão social dos jovens - incluindo todas as suas correlativas manifestações de «desenquadramento social» - tem adquirido uma relevância pública cuja ressonância principal é a ideia de que os jovens vivem situações crescentes de risco. Riscos múltiplos que se associam a condições precárias de vida, novas formas de vivência e experimentação sexual, manifestações diversas de intolerância (racismo, violência, etc.), apelos consumistas geradores de «pânico social» (nomeadamente com o consumo crescente de drogas, mais ou menos «ilícitas»), condutas e culturas «rebeldes», lazeres marcados por «excessos» e «transgressões», etc. (pais, 2005:13) O aumento nas estatísticas de situações de violência envolvendo crianças e jovens e o estigma que os leva na maioria dos casos, principalmente quando em situações de risco e abandono, a passar da posição de vitimas a vilões sociais, são os pressupostos básicos que motivam a realização desta pesquisa. Utilizamos o cinema como meio para reflexão sobre a violência, cidadania e juventude. O cinema contemporâneo tem nos mostrado com uma frequência cada vez maior uma parcela da sociedade que muitas vezes desconhecemos. Filmes como o brasileiro Cidade de Deus, o português Zona J , o sul africano Wooden Camera e o venezuelano Huelepega, ley de la Ca//e nos apresentam, através da ficção, a realidade de crianças e jovens que vivem a mesma situação de risco, o que inclui, exclusão, violência e abandono. Será esta uma coincidência (o que não acreditamos) ou uma realidade advinda desta sociedade industrial moderna e globalizada? São questões como esta que pretendemos investigar durante o desenvolvimento desta dissertação. Percebemos a necessidade de dar um sentido afirmativo e transformador aos fenómenos ligados a violência, a pobreza e a miséria, sem com isso transformar a pobreza em uma representação de drama e vitimização e muito menos em um produto de consumo imediato para entretenimento ou folclore (Bentes, 2003). Nossa intenção foi tentar perceber através destes filmes, por um lado, o movimento que está acontecendo quando o cinema de ficção vai buscar através da temática da realidade de crianças e jovens pobres e excluídos trazendo a vida destes jovens para o ecrã; por outro lado, a visão que os jovens têm destes filmes e utilizar o cinema como meio para que eles pudessem se sentir estimulados para externalizar o que pensam, sentem e vêem. Através da educação para, com e sobre os media, utilizando os conceitos de comunicação, educação e participação, trabalhamos questões sobre cidadania, auto estima e outras temáticas que fazem parte do dia a dia dos jovens. Que quadro de nossas crianças e jovens estes filmes querem mostrar? O cinema consegue contribuir de alguma maneira para melhorar a realidade que representa? O cinema tem um papel político na sociedade? Qual o papel social do cinema? Deve-se exigir do cinema um envolvimento maior sobre as questões levantadas por ele? Entender acerca do significado do papel social do cinema para os jovens e até que ponto este mesmo cinema pode provocar-lhes uma reflexão, são algumas das questões que levantamos e abordamos na dissertação que se segue. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Delinquência juvenil no cinema #Portugal #Jovens #Exclusão social #Cinema #Aspectos sociais #Criatividade #Escola e sociedade #Reinserção social |
Tipo |
masterThesis |