Concepção de recursos didácticos e construção de uma escala de avaliação do desempenho para os alunos de Educação Musical do 2º e 3º ciclo do ensino básico

Relatório de Estágio apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico

Este relatório incide sobre a Prática de Ensino Supervisionada (PES) realizada na Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Miguel Torga, durante o ano lectivo 2012/2013, com uma turma de 2º ciclo e outra de 3º ciclo, apresentando-se o relato dessas experiências. O relatório inclui ainda um conjunto de recursos didácticos, entre os quais se inclui uma escala de avaliação do desempenho musical de alunos do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico. Alguns destes materiais foram testados no contexto de estágio, sendo relatada no presente trabalho a forma como os alunos reagiram aos mesmos. O conjunto de recursos didácticos criados que aqui se apresenta fundamenta-se na Teoria de Aprendizagem Musical de Edwin Gordon. De acordo com esta perspectiva, importa perceber o modo como as crianças aprendem, em que momento estão preparadas para aprender um determinado conteúdo e qual a sequência de aprendizagem mais adequada para esse efeito. Consequentemente, deve ser dada uma atenção especial às necessidades individuais, já que crianças diferentes aprendem de modos diferentes. A adopção de actividades de aprendizagem sequencial permite trabalhar no sentido de colmatar essas necessidades, ao mesmo tempo que fornece o vocabulário musical de que a criança precisa para compreender a sintaxe daquilo que ouve. É este o objectivo último de Gordon: tornar clara a forma como se pode usufruir melhor das experiências musicais, pois não existe apreciação sem compreensão. Neste sentido, procurou-se criar um conjunto de fichas de actividades que reflectissem essa preocupação, partindo de exemplos musicais previamente seleccionados. Os recursos apresentados neste trabalho descrevem várias actividades de sala de aula, nas quais os alunos se envolvem activamente na música através da audição, do canto, do movimento, da execução instrumental, da criação, da improvisação e da performance, citando alguns exemplos, em paralelo com actividades de aprendizagem sequencial que, segundo Gordon, devem ser praticadas em todas as aulas durante dez minutos. A Teoria da Aprendizagem Musical advoga ainda que as avaliações são benéficas quando utilizadas para diagnosticar os pontos fortes e fracos de um aluno, por forma a que a formação possa ser adaptada às suas necessidades individuais e seja possível determinar os momentos em que este deve avançar para diferentes níveis de competências e de sequências de aprendizagem de conteúdos. Assim, no âmbito deste trabalho construiu-se ainda uma escala de avaliação do desempenho associada aos objectivos de aprendizagem de uma das fichas de actividades criadas. Intitulado “Construção e estudo de validade de uma escala de desempenho musical com alunos do 2º e 3º ciclos”, este trabalho é relatado sob a forma de artigo científico, a submeter para publicação, e integra a segunda parte deste relatório.