Da colecção privada ao museu público: o empreendedorismo cultural de Isabella Stewart Gardner e Gertrude Vanderbilt Whitney


Autoria(s): Baldaque, Lourença Agustina Bessa-Luís Alves
Data(s)

23/04/2014

01/10/2013

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Estudos Norte-Americanos

Este trabalho pretende dar a conhecer a conjuntura na qual o empreendedorismo cultural das coleccionadoras de arte, Isabella Stewart Gardner e Gertrude Vanderbilt Whitney, teve lugar. Para tal temos em conta as particularidades que compõem os dois casos que contribuíram para o enriquecimento do panorama cultural estadunidense. Por outro lado, propomos perceber de que modo a atuação de ambas refletia os cânones do coleccionismo e estéticos contemporâneos. Mais ainda, iremos analisar como o facto de se tratar de duas mulheres que coleccionavam arte – sendo esta uma prática relacionada com o capital masculino – constituiu um contributo para a valorização do papel da mulher, em particular na cultura. E uma vez que é nos studioli ou gabinetes de curiosidades que encontramos semelhanças com o espírito do coleccionador estadunidense, nomeadamente no reflexo de uma aspiração expressa através de uma colecção, começamos, no capítulo I, por dar a conhecer diferentes casos de coleccionismo europeu, desde a criação dos studioli aos museus públicos. Os gabinetes de curiosidade, ao representarem um veículo privilegiado para a aquisição de conhecimento, são representativos do desenvolvimento de um modelo cultural desde a esfera privada ao museu público. Deste modo, propomos olhar a evolução deste modelo na Europa e, em contraste, os moldes em que este modelo veio a influenciar o coleccionismo privado nos Estados Unidos da América e como nele se inclui o contributo da mulher. Assim, e tendo em conta o contexto cultural e social analisado anteriormente, propomos olhar nos capítulos II e III o percurso das coleccionadoras e mecenas das artes Isabella Stewart Gardner e Gertrude Vanderbilt Whitney. Em Gardner focamos a sua dedicação ao conhecimento do mundo da arte, e na formação de uma colecção privada que deu origem a museu público. Destacamos o seu papel no campo do empreendedorismo cultural, o qual estava conotado com uma atividade masculina. A sua relação com a arte e os artistas foi também uma forma de valorizar o papel da mulher, e de quem destacamos John Singer Sargent. O pintor representa a tradição artística europeia, contudo contribuiu para a criação de uma identidade e de uma imagem da elite americana, e em particular da figura feminina. Em Whitney temos em conta o seu background cultural, numa família que contribuiu para a difusão de um estilo de vida sustentado nos costumes europeus dentro da genteel tradition. Gertrude Vanderbilt Whitney, conforme veremos, viria a usufruir do gosto pela arte, contudo, vocacionado para a arte americana do seu tempo. Além de coleccionadora e artista, a sua acção passou pela criação de espaços expositivos e ateliers e pela aquisição de obras de arte que constituíram o acervo pessoal da mecenas. O espólio deu origem ao Whitney Museum of American Art, reclamando o talento e a visão artística americana, tendo contribuído para a afirmação de uma identidade artística nacional.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/11962

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

restrictedAccess

Palavras-Chave #Isabella Stewart Gardner #Gertrude Vanderbilt Whitney #John Singer Sargent #Coleccionismo #arte norte-americana #Genteel tradition #Museus
Tipo

masterThesis