Educação e Ideologia Portugal, pátria de heróis: a figura histórica em contexto educativo (1926-1974﴿


Autoria(s): Pinto, Olga Maria Pereira Ribeiro Martins
Data(s)

11/04/2014

11/04/2014

01/03/2014

Resumo

Tese de Doutoramento em História Especialidade de História Contemporânea

A presente dissertação foi elaborada no âmbito do Curso de Doutoramento em História, especialidade de História Contemporânea. É objetivo deste estudo analisar o discurso histórico e ideológico por detrás da ética e mentalidade que caraterizaram a escola e o ensino no período que medeia entre 1926 e 1974. O quadro conceptual do regime foi marcado por um forte pendor ideológico que influenciou a historiografia oficial do regime. Esta formou durante décadas a mentalidade histórica das gerações desse período direcionada para valores morais que tinham em vista a promoção de atitudes e comportamentos tendentes ao patriotismo. Nesta perspetiva, assumiram um papel de extrema relevância no processo de ensino/aprendizagem da História, um conjunto de figuras históricas cuja ação refletia os princípios ideológicos que o regime pretendia transmitir e fazer prevalecer. A ideologia do Estado Novo produzia as suas próprias representações das figuras históricas. A construção das tipologias “ideais” do regime situava-se numa conceção pré concebida das figuras. O Estado Novo lançou mão de um investimento mítico e imaginário relativamente a várias figuras históricas que deram o seu contributo em períodos decisivos do percurso da História nacional, promovendo o seu engrandecimento. O sistema educativo do Estado Novo empreende um tipo de socialização política que se baseava essencialmente no processo de identificação do aluno com as figuras heroicas da nação, daí a necessidade de questionar as várias imagens que os portugueses foram criando de si próprios e a importância do conhecimento dos mitos históricos como meio de auto conhecimento de uma comunidade nacional e da sua personalidade cultural para compreender o tipo de sociedade que pretendia o regime construir. O regime empreende uma estratégia de camuflagem idealista dos seus heróis imaculados que os torna únicos, aureolados por uma aura de heroísmo e santidade que lhes permitia ascender a um plano superior, sacralizando-os, tornando-os exemplos para o futuro, nos quais as gerações vindouras se deveriam rever, por um lado para venerar o passado histórico nacional e, por outro, para desejarem imitar o modelo comportamental destas figuras que colocam Portugal no caminho do progresso. Desta forma, estes heróis tornaram-se ícones na História e na mentalidade histórica e cultural da sociedade do Estado Novo, onde a educação dirigida em prol deste fim ideológico e nacionalista omitia uma vertente relevante da memória histórica da nação. Para a realização deste estudo foi delimitado um corpus constituído por diplomas legais, programas, manuais escolares e coleções de literatura infantojunenil que foi objeto de análise. Este corpus foi analisado segundo a seguinte matriz: - a tipologia dos conteúdos abordados, - o discurso histórico e a forma como este é apresentado ao aluno, - o aproveitamento ideológico da figura histórica no âmbito escolar.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/11910

101240864

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Ideologia #História (ensino) #Memória histórica #Símbolo #Identidade nacional
Tipo

doctoralThesis