A produção social da solidariedade operária : o caso de estudo da Península de Setúbal (1890-1930)


Autoria(s): Pereira, Joana Vida de Azevedo Dias
Data(s)

24/03/2014

24/03/2014

01/09/2013

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em História Contemporânea

A opção de analisar o desenvolvimento das relações sociais industriais através dos processos espaciais e demográficos co-implicados parte do pressuposto de que o espaço industrial e a população operária são socialmente produzidos, ou seja, resultam da agência conflitual de variados agentes, entre os quais se destacam os industriais, o Estado e as classes trabalhadoras. Os processos de industrialização e urbanização, intensificados a partir de 1890, foram observados numa perspectiva integrada, tendo em consideração as tendências meridionais dominantes. Não obstante, o objecto de investigação privilegiado nesta dissertação foi o repertório estratégico dos trabalhadores e a sua acção colectiva. A concentração da indústria, a especulação imobiliária mas também a deficiência de equipamentos urbanos, tornaram indispensável a prossecução de estratégias de sobrevivência diversificadas, que analisamos recorrendo aos mais actuais modelos teóricos. Foram consideradas as estratégias individuais do grupo doméstico – a migração, a poupança ou a diversificação de fontes de rendimentos -, as estratégias recorrendo à ajuda externa – integração de redes de entreajuda informais -, e, finalmente, a participação em associações e movimentos sociais. Estas últimas, por sua vez, subdividiram-se entre as estratégias centradas na economia doméstica – o mutualismo e o cooperativismo de consumo; as centradas nos locais de trabalho – as cooperativas de produção e os sindicatos; e as centradas na pressão sobre o Estado – pela estruturação nacional do associativismo e a acção colectiva. O principal objectivo desta análise foi compreender a base material e os recursos organizacionais que possibilitaram o processo de mobilização massivo das classes trabalhadoras na segunda década do século XX. A crise revolucionária europeia de 1917-1920 tem vindo a ser alvo de inúmeras interpretações e estudos empíricos, a minha abordagem filiou-se na tradição historiográfica que privilegia uma análise monográfica e comparativa do processo de longo termo que antecede este ciclo de agitação social, permitindo relacionar a evolução da estrutura e da acção colectiva dos trabalhadores.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/11800

101291485

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Espaço industrial #Comunidades operárias #Estratégias dos trabalhadores #Associativismo #Acção colectiva
Tipo

doctoralThesis