A arquitectura da companhia de Jesus no Japão. A criação de um espaço religioso cristão no Japão dos séculos XVI e XVII.


Autoria(s): Diniz, Sofia Isabel Plácido dos Santos
Data(s)

20/02/2014

20/02/2014

2007

Resumo

Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa (Séculos XV-XVIII)

O presente trabalho tem como objectivo compreender de que forma a Companhia de Jesus se expressou na sua vertente arquitectónica na missão que desenvolveu no arquipélago nipónico, entre meados do século XVI e o primeiro quartel do século XVII. Enquanto grupo de missionários provenientes da Europa, os jesuítas, para conseguirem concretizar os objectivos apostólicos que tinham presidido à sua formação, tinham que ultrapassar as inúmeras barreiras civilizacionais que se lhes colocavam. As profundas diferenças culturais que separavam os padres da Companhia e os japoneses obrigaram ao estabelecimento de formas de entendimento, pontes que lhes permitissem atingir o povo japonês, e convertê-lo. Foi esta postura de abertura e tolerância perante o Outro que distanciou a Companhia de Jesus relativamente às suas congéneres, proporcionando-nos um trabalho de investigação centrado na interpretação de uma acomodação cultural em termos arquitectónicos. A escolha da Companhia de Jesus como agente primordial deste estudo prendese naturalmente com o facto de ter sido a força religiosa que teve a presença mais duradoura e consistente no arquipélago japonês. A chegada de São Francisco Xavier em 1549 e a publicação do édito de expulsão em 1614, marcam o início e o fim da presença portuguesa no arquipélago, e também a da Companhia de Jesus, sendo por isso as datas que determinam a nossa análise. Apesar da expulsão definitiva dos portugueses ter ocorrido apenas em 1639, desde a publicação do último édito anti-cristão até esse momento final, as estruturas da Companhia e as comunidades cristãs no território sofreram profundos golpes, que não possibilitaram um regresso à normalidade e estabilidade. A forma como a Companhia se organizou assegurou a produção de um manancial de documentação escrita absolutamente extraordinário e de grande riqueza informativa. Todo o tipo de factos e acontecimentos da missão japonesa se encontram registados, e com elevado grau de pormenor, factor que se revelou fulcral para a nossa análise. Esta foi também uma das razões que nos fez escolher a Companhia de Jesus enquanto objecto de estudo, na medida em que qualquer expressão arquitectónica só se tornaria visível se os registos encontrados na documentação coeva tivessem sido elaborados com algum detalhe e minúcia. Esse facto caracteriza claramente a documentação produzida pelos jesuítas, quer na sua componente mais pública e formal, através das Cartas Ânuas, quer na sua vertente mais privada, na correspondência trocada entre os vários missionários, dentro da missão ou com a Europa.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/11434

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Companhia de Jesus #Igrejas #Arquitectura religiosa #Urbanismo #Cultura japonesa #Japão #Jesuítas (Religiosos) #Catolicismo
Tipo

masterThesis