A nobreza cristã de Kyushu. Redes de parentesco e acção jesuítica


Autoria(s): Ribeiro, Madalena Teotónio Pereira Bourbon
Data(s)

18/02/2014

18/02/2014

2006

Resumo

Dissertação de Mestrado em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa (séculos XV-XVIII)

A presente dissertação tem por objectivo analisar um aspecto específico das multi-facetadas relações luso-nipónicas dos séculos XVI e XVII. Foi intenção do trabalho estudar, à luz da documentação jesuítica, a nobreza cristã de Kyûshû, a par do relacionamento que estas linhagens mantiveram com o Cristianismo e os seus agentes, durante o período em que os missionários europeus foram autorizados a permanecer no Japão. O nosso ponto de partida consistiu no estudo daquelas que sabemos terem sido, durante uma parte significativa da segunda metade do século XVI e os primeiros anos do século seguinte, as principais linhagens cristãs de Kyûshû, a saber, os Koteda, os Ômura, os Arima, os Ôtomo, os senhores do arquipélago de Amakusa e, numa fase já tardia, os Konishi. A importância destas estirpes no contexto político-social e militar japonês não era evidentemente a mesma. Os líderes das casas Koteda, Ômura e os vários senhores do arquipélago de Amakusa, denominados kokujin, pertenciam a linhagens de menor protagonismo político-militar. Os primeiros eram vassalos de uma linhagem de dáimios, os Matsuura de Hirado; os últimos senhoreavam um pequeno arquipélago que, durante o período em estudo, passou pelas mãos de várias estirpes, Ôtomo, Shimazu e Konishi. Numa escala diametralmente oposta temos os Ôtomo e os Konishi, dáimios de Bungo e de Higo, respectivamente, que, em períodos distintos, foram as linhagens cristãs mais proeminentes da ilha. Foi nos domínios pertencentes a estas estirpes que o grosso do investimento jesuíta foi realizado. Na verdade, de uma forma geral, em nenhuma outra zona do arquipélago houve um investimento análogo, pelo menos com a continuidade e a dimensão daquele que foi realizado em algumas destas zonas de Kyûshû. No entanto, o trabalho missionário desenvolvido nos diferentes domínios destes guerreiros foi desigual e, à data de expulsão dos religiosos do Japão (1614), eram as populações do Noroeste da ilha aquelas que tinham sofrido uma influência mais duradoura e sólida da parte dos missionários. Deste modo, o Cristianismo acabou por conhecer uma implantação maior em áreas como Ômura, a vizinha península de Takaku ou as ilhas sob jurisdição dos Koteda, locais onde mais tarde, e como resposta às crescentes pressões do xogunato Tokugawa (1603-1867) para extirpar o Cristianismo do Japão, surgiram várias comunidades distintas e isoladas de kakure kirishitan. Deste modo, no que respeita aos limites geográficos cingimos a nossa análise às casas nobiliárquicas cristãs de Kyûshû acima citadas. Os limites cronológicos do trabalho abarcam o período em que os padres actuaram livremente no Japão, de 1549 a 1614.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/11420

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Relações internacionais #Portugal #Japão #Missionação portuguesa #Jesuítas (Religiosos) #Cristianismo #Séc. 16-17
Tipo

masterThesis