Orações adverbiais temporais: Desenvolvimento linguístico e construção de texto narrativo
Data(s) |
04/02/2014
01/03/2013
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Resumo |
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem na Criança – Área de Especialização em Terapia da Fala e Perturbações da Linguagem/Educação e Ensino da Língua Este estudo tem como objetivo averiguar a utilização que os alunos fazem das orações adverbiais temporais, mais especificamente, verificar quais os conetores que os alunos usam em tarefas de produção escrita e qual o conhecimento que os alunos têm das propriedades temporais e aspetuais dos diferentes conetores e da seleção de tempo/modo. As investigações realizadas demonstram-nos qual o conhecimento linguístico esperado no final de cada ciclo relativamente ao conhecimento da sequência temporal e ao conhecimento de estruturas utilizadas no texto narrativo, uma vez que este é o tipo de texto mais precocemente utlizado pelos alunos, sendo um dos primeiros géneros a surgir no desenvolvimento da linguagem oral. A literatura aponta ainda uma ligação inequívoca entre a produção oral e a produção escrita (Franco, M.; Gil, T. e Reis, M. (2003); Sim-Sim (1997)). Desta forma, é esperado que os conetores que os alunos mais cedo começam por pronunciar sejam aqueles a que os alunos mais recorrem nas suas produções narrativas. Foi objetivo deste trabalho compreender qual o conhecimento de conjunções e locuções conjuncionais temporais que os alunos revelavam e qual o uso que delas faziam numa prova de escrita de texto narrativo com uma instrução escrita tradicional, numa prova de escrita de texto narrativo a partir de uma sequência de imagens e numa prova que testava o conhecimento das propriedades de diferentes conjunções e locuções conjuncionais temporais, através de tarefas de seleção, transformação e completamento. Embora a literatura demonstre que, de entre os vários tipos de frases subordinadas, as adverbiais não são encontradas nos primeiros estádios de desenvolvimento, “emergindo muito gradualmente” (Gonçalves et al.., 2011: 38), é omissa no que diz respeito à utilização destes conetores em diferentes ciclos. Testaram-se 115 crianças: 51 alunos de 4º ano e 64 alunos de 6º ano. Para a prova de seleção-completamento-transformação, testaram-se também 20 adultos, com o propósito de obter dados que dessem informação sobre a fiabilidade da prova e sobre o conhecimento adulto das propriedades de seleção e sobre as propriedades temporais e aspetuais dos conetores. O estudo mostra uma nítida tendência para que as crianças aumentem as suas competências escritas e formais relativamente à utilização dos conetores e domínio das restrições temporais e aspetuais ao longo dos anos de escolaridade. Embora não se tenham verificado diferenças significativas entre os anos de escolaridade estudados no que diz respeito ao tipo de conectores utilizados em ambos os textos narrativos e aos erros encontrados, encontraram-se diferenças, no teste de conhecimento linguístico, no domínio que os alunos possuem sobre alguns aspetos da estrutura das orações adverbiais temporais. Isto sugere que, embora os alunos não utilizem todos os conectores adverbiais temporais identificados para este estudo, demonstram globalmente um conhecimento eficiente sobre a sua utilização. A área em que se verificaram mais dificuldades foi no uso da forma verbal adequada de forma a respeitar a concordância temporal entre oração principal e oração subordinada. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
Direitos |
restrictedAccess |
Palavras-Chave | #Orações temporais #Texto narrativo #Conetores #Desenvolvimento linguístico |
Tipo |
masterThesis |