Aquisição de interrogativas preposicionadas em português europeu


Autoria(s): Baião, Vera Lúcia Martins da Rocha
Data(s)

04/02/2014

04/02/2014

01/09/2012

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem na Criança, área de especialização em Terapia da Fala

Este estudo tem como principal objetivo testar a compreensão e a produção de interrogativas-wh de objeto preposicionado (comparando com a compreensão e produção de interrogativas de sujeito e de objeto direto) em crianças com desenvolvimento típico a adquirir o Português Europeu (PE) como língua materna. Este estudo teve como participantes crianças entre os 3;0 e os 5;11 anos sem qualquer tipo de diagnóstico de perturbação a nível auditivo, cognitivo e/ou de linguagem, oriundas do concelho de Beja, distribuídas por três grupos de acordo com a faixa etária, e um grupo de controlo constituído por 20 adultos, falantes nativos de PE. Para a produção de interrogativas (teste1) foi aplicado um teste de elicitação de interrogativas de objeto com verbos semanticamente reversíveis. A compreensão de interrogativas de objeto foi testada através de dois testes de seleção de imagens. Foi utilizado um teste para analisar a compreensão de interrogativas de objeto d-linked com verbos semanticamente reversíveis (teste3) e outro para analisar a compreensão de interrogativas de objeto Q-leve também com verbos semanticamente reversíveis (teste2). Os dados parecem sugerir que: a) existe uma assimetria entre IS e IO, em tarefas de produção, havendo favorecimento em relação às primeiras; b) as crianças manifestam mais facilidade em produzir IOD (Quem é que o menino beliscou?), comparativamente às IOP (De quem é que o menino está a fugir?); c) as crianças manifestam mais facilidade em compreender interrogativas não d-linked (De quem é que o menino está a fugir?) do que d-linked (De que cão é que o menino está a fugir?); d) existe uma assimetria entre IS e IO, em tarefas de compreensão de interrogativas d-linked, havendo favorecimento em relação às primeiras; e) não há diferenças significativas entre a compreensão de IOD e de IOP d-linked (teste3). Globalmente, pela ausência de diferenças significativas no teste 3 entre IOD e IOP, os resultados mostram que a intervenção não é sensível à natureza categorial do constituinte, ou seja, quer o constituinte deslocado seja um SN, quer seja um SP, os efeitos de intervenção são semelhantes. Por conseguinte, os traços categoriais da preposição não parecem contar para efeitos de intervenção. Contudo, na produção, a presença da preposição é um fator de complexidade, possivelmente pelos custos adicionais associados a pied-piping da preposição.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/11286

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Aquisição #Português europeu #Interrogativas preposicionadas #Compreensão #Produção #Pied-piping
Tipo

masterThesis