O Amor e o Género: homens e mulheres amam de maneira diferente?


Autoria(s): Frazoa, Ana Sofia dos Santos Velez
Data(s)

26/11/2013

26/11/2013

01/09/2012

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Estudos Sobre as Mulheres

De um ponto de vista social, é um hábito enraizado considerar que homens e mulheres vivem os afetos de forma diferente. Foi com estas ideias que crescemos e foi a estes comportamentos que muitas pessoas assistiram nas suas famílias. Na origem destas crenças estarão as diferenças biológicas entre homens e mulheres? Vários especialistas admitem diferenças, mas não acentuadas ao ponto de justificar uma oposição tão grande de comportamentos. Há hormonas, como a oxitocina e a vasopressina, que permitem o ser humano separar a atividade sexual de uma vinculação afetiva, no entanto, apesar de uma estar mais associada às mulheres e outra aos homens, elas existem tanto em homens como em mulheres e a sua interação com outros componentes químicos faz a diferença de comportamento entre pessoas (mais do que entre sexos). Mas de que falamos quando nos referimos a “amor”? Quando nos referimos aos homens e a esta sua diferença estamos mesmo a falar de amor ou de atração física e sexo? Será que, se no cingirmos à fase da vinculação afetiva, vamos mesmo encontrar diferenças tão acentuadas entre homens e mulheres? Se o processo social existe antes do processo de autoconsciência do indivíduo, ou seja, se o indivíduo interioriza a partir da interação com exterior, então aquilo a que assistimos pode perfeitamente ser uma forte construção social. Se cultural e socialmente foi a este modelo que o indivíduo assistiu, então é muito provável que o reproduza para se sentir identificado com os seus pares. O que não significa que, por haver formas de expressão diferentes, haja formas de sentir diferentes. Ou, por outra, haverá formas de sentir diferentes entre pessoas e não propriamente por se ser homem ou mulher. Uma das grandes dificuldades do ser humano é definir o que é o amor. Os entrevistados para esta dissertação conseguem claramente distinguir paixão de amor, mas depois sentem dificuldade em explicar em que consiste este último. Mas conseguem dizer que amam, sejam homens ou mulheres. A forma como as mulheres vivem atualmente a sexualidade e o amor veio trazer mudanças nos relacionamentos, logo, na forma como se vive o amor, obrigando os homens a acompanhar esta evolução (ainda que alguns por arrasto). Ora, se é possível mudar comportamentos, é porque eles não são intrínsecos, mas são adquiridos e construídos. Por isso, ainda que haja reais diferenças químicas e biológicas entre homens e mulheres, se grande parte da vivência do amor é uma construção social, o amor tem género (feminino), mas não tem sexo (já que homens e mulheres têm a capacidade de amar).

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/10761

201016656

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Amor #Género #Sobre as mulheres #Relacionamentos
Tipo

masterThesis