Caracterização e Avaliação do Ecoturismo na Ilha da Madeira numa Perspetiva de Desenvolvimento Sustentável


Autoria(s): Freitas, Maria João de Gouveia Abreu
Data(s)

14/10/2013

14/10/2013

01/11/2012

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Gestão do Território, área de especialização em Território e Desenvolvimento

É, hoje, consensual que o ecoturismo está fundeado em três pilares: a natureza, a educação/aprendizagem e a sustentabilidade. Os objetivos centrais deste estudo foram (1) caracterizar o ecoturismo na ilha da Madeira e (2) avaliar o impacto do ecoturismo no desenvolvimento sustentável da ilha da Madeira. A amostra foi constituída por 1014 turistas, 44 guias, 32 empresas de animação turística-ambiente e a totalidade das Câmaras Municipais (CM) da ilha da Madeira. A Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes (SRCTT) foi alvo de estudo. Paralelamente, foram analisados os sítios eletrónicos de 16 empresas de animação turística-ambiente, 9 alojamentos com o diploma Green Key e examinadas campanhas internacionais de promoção do destino Madeira, no período 2007-2011. Os três primeiros motivos das viagens à natureza foram ‘sossego e tranquilidade’ (22,2%), ‘beleza das paisagens’ (21,8%) e ‘contacto com a natureza’ (15,5%). A ‘educação ambiental prévia’ ocorreu em apenas 2,1% dos turistas. O local de interesse turístico baseado na natureza, mais visitado, foi as ‘levadas’ (90,6%). Cerca de metade dos turistas relataram que o impacto da atividade no ambiente local foi discreto. Apenas 31,4% dos turistas reportaram que contribuíram para a conservação/preservação do meio ambiente e 29,2% estavam disponíveis para pagar uma sobretaxa. Quanto maior foi o número de visitas dos turistas a ambientes naturais, menor foi a disponibilidade de pagar uma sobretaxa (razão de risco relativo [RRR] = 1,044), nas categorias ‘nenhuma’ versus ‘não sei’. Quanto mais elevado foi o estatuto socioeconómico, mais disponíveis estavam os turistas para pagar uma sobretaxa [RRR = 0,599 (categorias ‘disponível’ versus ‘não sei’) e RRR = 0,537, categorias ‘concordo, mas não estou disponível’ versus ‘não sei’)].A participação voluntária dos guias na conservação/preservação do meio ambiente foi reduzida (apenas 60,5%). A maioria dos turistas (71,0%), guias (58,6%) e empresas de animação turística-ambiente (62,1%) não tinha conhecimento da certificação ambiental do alojamento. O ecoturismo foi identificado por uma CM. Seis CM não possuíam um plano estratégico para o turismo e referiram não existir articulação com a SRCTT. A promoção do destino Madeira baseou-se no seu património natural. Os resultados demonstraram um ecoturismo minimalista e soft, alicerçado nas ‘levadas’ e veredas. A educação ambiental aos turistas e à comunidade local foi discreta e os benefícios económicos gerados com o ecoturismo não foram claros.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/10550

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Ecoturismo #Desenvolvimento #Stakeholders #Madeira
Tipo

masterThesis