O Tecer da Memória em Narrativas de Antônio Torres e António Lobo Antunes


Autoria(s): Santos, Ismahêlson Luiz Andrade dos
Data(s)

15/07/2013

01/03/2013

Resumo

Tese apresentada e reformulada de acordo com as orientações do Júri (19 de Dezembro de 2012), para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Estudos Portugueses, Especialidade de Literatura Comparatista.

A presente Tese debruça-se sobre duas trilogias de dois autores contemporâneos de língua portuguesa: o brasileiro Antônio Torres e o português António Lobo Antunes, tendo como principal recorte de análise os romance O Cachorro e o Lobo (1997) e Memória de Elefante (1979), respectivamente. Romances estes que, embora sejam partes integrantes de uma trilogia, são independentes. São duas narrativas cujos narradores mergulham na complexa existência de si mesmo, uma existência povoada por um discurso descontínuo, entre imagens captadas e emitidas numa sequência imprevisível. Este debruçar tem como proposta mostrar como o sujeito fragmentado e multifacetado da contemporaneidade constrói o discurso literário enquanto faz um percurso pela memória. Consideramos, portanto, que a análise dos dois romances assinala sinais de detalhes estéticos anunciadores do tecer literário neste tempo chamado pós-moderno. Antônio Torres e Lobo Antunes são dois autores que escrevem na mesma língua e se inscrevem em nuances/conflitos semelhantes, mas em espaços diferentes, compartilhando o mesmo tempo. São dois narradores fragmentados, sem uma identidade una, construindo uma narrativa cuja teia é permeada pela angústia e pela procura que se dá através do uso da língua, e que acaba por construir um espaço literário repleto de memórias e de lacunas, sem lugar para a linearidade e tomados pelo fluxo de consciência que envolve o passado e o presente. Diante das suas crises, e com os resultados emocionais que delas retiram, os narradores constróem os seus textos e deles fazem literatura. Portanto, uma literatura com teor despedaçado, fruto desses sujeitos ficcionais, reais, imaginários e que tem em seus discursos uma declarada contextualização psicanalítica, mesmo que por ironia, deboche, ou uma crença desconfiada. Pensar em estudos narrativos que envolvam a memória possibilita-nos ter as primeiras impressões e conexões não apenas de uma narrativa isolada, ela por ela mesma, mas também no campo do comparatismo, a partir do conhecimento e das indagações que temos de cada narrativa e dos diálogos possíveis. Neste percurso, recorreremos a conceitos e propostas teóricas de autores como Paul Ricoeur, Maurice Blanchot, Philippe Lejeune, Linda Hutcheon, Roland Barthes, Giorgio Agamben, Santo Agostinho, Friedrich Niëtzche, Gaston Bachelard, João Barrento, M. Bakthin e Freud, dentre outros, que consideramos relevantes a esta investigação.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/10101

101291400

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

restrictedAccess

Palavras-Chave #Memória #Literatura #Contemporaneidade #António Torres #Lobo Antunes #Fluxo de Consciência #Fragmentação #Imaginário #Multifacetado #Tempo #Real
Tipo

doctoralThesis