Conquistando mentes e corações. A luta contra o terrorismo e a comunicação estratégica no contexto da Nato


Autoria(s): Ceia, Marta Filipa Martins
Data(s)

09/05/2013

09/05/2013

01/09/2012

Resumo

Dissertação de Mestrado em Ciências da Comunicação Área de Especialização em Comunicação Estratégica

A presente dissertação tem como objetivo perceber o papel da comunicação estratégica no contexto da luta contra o terrorismo. O terrorismo é considerado como sendo a principal ameaça securitária contemporânea e a Organização do Atlântico Norte (NATO) tem um papel fundamental no desenvolvimento dos esforços de combate e prevenção dessa ameaça no seio da comunidade internacional. As últimas décadas foram férteis em transformações que obrigaram a uma profunda e rápida adaptação ao novo ambiente. Os media juntaram-se ao rol de atores políticos relevantes, aqueles que têm o poder de influenciar decisões e ações, remodelando assim a realidade. Com a internet surgem novos fenómenos como as redes sociais que democratizam o espaço mediático e levam à desaparição das fronteiras dando origem àquilo a que se tem chamado uma “opinião pública mundial” que exige ser ouvida e cujo “controlo” ou “influência” é visado por entidades tais como Estados, organizações ou empresas. Estes novos espaços de oportunidades são solo fértil para o aparecimento de novos atores que, tomando partido do desaparecimento de fronteiras, utilizam-nos para transmitirem a sua mensagem e lutarem eles próprios pela influência da opinião pública. Os grupos terroristas, como a al-Qaeda, são utilizadores experientes destes espaços. Em suma, a nossa tese consiste em afirmar que aquilo que está em causa hoje em dia é não só uma guerra no sentido tradicional do termo como também um conflito de interpretações. Para fazer face a este conflito e poder ganhá-lo, o que significará ganhar “os corações e as mentes” do público, a comunicação de organizações como a NATO terá de ocupar um lugar cimeiro na estratégia prosseguida como esforço fundamental para o sucesso da missão. Neste sentido, sobretudo a partir de 2009, data da adopção do conceito pela NATO, a comunicação estratégica tem sido debatida enquanto elemento fundamental para o sucesso não só das missões da aliança como da própria sobrevivência da organização. O exemplo do Afeganistão (tal como o dos EUA no Iraque) abriu a porta ao debate sobre a forma como a NATO se está a adaptar ao novo ambiente estratégico, no qual a perceção dos públicos é um elemento fundamental para o sucesso de qualquer missão. Na NATO, o esforço pela influência das percepções, atitudes e comportamentos das várias audiências (domésticas, parceiras/inimigas e locais) tem ao seu dispor vários instrumentos de comunicação coordenados de acordo com um plano elaborado sob a alçada da comunicação estratégica. Assim, a NATO (tal como outras organizações tradicionais) vê-se obrigada a adotar novas abordagens adaptadas ao novo ambiente securitário e mediático e ao novo tipo de ameaças. Essa adaptação de métodos e procedimentos obriga, por sua vez, ao repensar da estrutura organizacional tradicional que se tornou obsoleta e desadequada à nova realidade. Para se manter como um ator importante do plano securitário atual e futuro, argumentamos que a aliança tem de transformar a sua estrutura tradicionalmente hierárquica e burocratizada, a qual deverá dar lugar a uma estrutura mais flexível.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/9524

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Terrorismo #Comunicação estratégica #Apoio popular #Media #Informação
Tipo

masterThesis