As perturbações da aquisição e do desenvolvimento da linguagem : um estudo preliminar da prevalência, dos fatores associados e das necessidades de encaminhamento para terapia da fala em crianças de idade pré escolar no concelho de Oeiras
Contribuinte(s) |
Nunes, Carla Vital, Ana Paula |
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Data(s) |
26/04/2013
26/04/2013
2012
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Resumo |
RESUMO - Objetivos: Identificar a prevalência das perturbações da aquisição e desenvolvimento da linguagem (PADL) em crianças dos 3 anos aos 5 anos e 11 meses integradas em instituições de ensino pré escolar do concelho de Oeiras, os fatores associados e as necessidades de encaminhamento para Terapia da Fala. Método: Foi realizado um estudo de prevalência, descritivo e correlacional. A amostra é aleatória estratificada e é constituída por 147 crianças dos 3 aos 5 anos e 11 meses que frequentam o ensino pré escolar, que tenham o português europeu como língua materna e que não apresentem sinalização ou diagnóstico de necessidades educativas especiais. A linguagem foi avaliada através do TALC (SUA-KAY & TAVARES, 2011) e do subteste fonológico TFF-ALPE (MENDES et al., 2009). As informações referentes às características sociodemográficas e aos dados linguísticos foram recolhidas através de uma ficha de caracterização. Para determinação das prevalências foi utilizada a razão de prevalências. O teste do qui-quadrado e o teste de Fisher foram utilizados na comparação das prevalências entre faixas etárias, sexos e natureza da instituição e na verificação de associação entre a presença de PADL e os possíveis fatores determinantes. A regressão logística foi utilizada para verificar a associação entre o nível educacional da mãe e a presença de PADL. Resultados: A prevalência global de PADL é de 14,9%. Nos rapazes a prevalência estimada foi de 19,0% e nas raparigas de 10,3%. Nas crianças de 3 anos não se verificou a presença de PADL, tendo-se encontrado uma prevalência de 23,5% nas crianças de 4 anos e de 14,9% nas de 5. A prevalência de PADL foi de 17,9% nas instituições públicas e de 12,5% nas privadas. Não se verificaram diferenças significativas entre as prevalências por faixa etária, sexo e natureza da instituição (p>0,05). Das crianças identificadas com PADL, 72,7% não têm apoio nem se encontram sinalizadas para terapia da fala e necessitam de ser encaminhadas. O sexo da criança, a idade dos pais, a escolaridade do pai, fatores perinatais, tamanho da família e história de alterações de linguagem na família não se encontraram associadas às PADL (p > 0,05), tendo esta associação sido verificada com a escolaridade da mãe (p < 0,05). As mães com nível educacionais mais elevados nem sempre apresentam um papel protetor de PADL. Conclusões: A prevalência global de PADL vai ao encontro da maioria das prevalências encontradas na literatura, sendo maior no sexo masculino, nas crianças de 4 anos e nas que frequentam o ensino público. A grande maioria das crianças com PADL não estavam sinalizadas como tal. A escolaridade da mãe foi o único fator que se encontrou associado à presença de PADL, não apresentando, no entanto, um valor explicativo totalmente claro. ABSTRACT - Objectives: Identify the prevalence of Primary Language Impairment (PLI) in children between 3 and 5 years old in kindergarten of Oeiras county, associated factors and the needs of referral for speech and language therapy. Methods: A descriptive, correlational and prevalence study was made. The sample is random and stratified and consists of 147 children between 3 and 5 years in kindergarten, with european portuguese language as maternal language, don t was signaled and without a diagnosis of special educational needs. Language evaluation was made by TALC (SUA-KAY & TAVARES, 2011) and phonological sub-test of TFF-ALPE (MENDES et al., 2009). Information about social and demographic characteristics and language history have been gathered by a characterization form. The age, sex, type of institution prevalences and association between PLI and its possible factors were compared by a chi-square and a Fisher test. A logistic regression was used to verify the association between mother s education level and PLI. Results: PIL global prevalence is 14,9%. Prevalence in boys is 19,0% and 10,3% in girls. At 3 years old children PLI was not identified, however at 4 years old, it represents a prevalence of 23,5% and 12,9% at 5 years old. In public institutions, PLI prevalence was of 17,9% and in private institutions was of 12,5%. No significant differences were found in age groups, sex or institution type prevalences (p>0,05). Among those children identified with PLI, 72,7% of them don t have support nor have been referred for speech and language therapy and need to be referred. Children s sex, parents age, mother s education level, perinatal factors, family dimension and history tendency for speech disorders in family were not associated with PLI (p>0,05), being this relation supported by the mother s education level (p>0,05). Mother s with higher studies doesn t represent a PLI protection factor. Conclusions: Global prevalence of PLI meets the majority of prevalences findings in literature, being higher in males, at 4 years old children and in public institutions. The majority of children presenting PLI were not referred to speech and language therapist. The factor found associated with PLI was mother s educational level, however it s value was not completely evident. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Universidade Nova de Lisboa. Escola Nacional de Saúde Pública |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Prevalência #Perturbação da aquisição e desenvolvimento da linguagem #Fatores determinantes #Encaminhamento #Terapia da fala #Prevalence #Primary language impairment #Determinant factors #Referring #Speech-language therapy |
Tipo |
masterThesis |