Pandemia influenza A/H1N1 2009 em Portugal : estratégias de intervenção e saúde pública


Autoria(s): Pinto, Carla Cristina Clemente Rodrigues
Contribuinte(s)

Costa, Carlos

Data(s)

12/04/2013

12/04/2013

2011

Resumo

RESUMO - Introdução: A necessidade de gestão da ameaça de uma pandemia obriga à gestão da incerteza absoluta. O desconhecimento científico quanto a uma série de factores tais como, as características dos vírus causadores de infecções, a efectividade das medidas de prevenção e de tratamento, contribuiu para a dificuldade de actuação a vários níveis. Face à evolução da situação epidemiológica mundial no campo da gripe, Portugal reviu e adaptou o seu plano de contingência para a gripe tendo sido homologado, em Janeiro de 2006, um novo plano – Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia. Objectivos: O presente estudo apresenta como principais objectivos (1) a avaliação das estratégias de intervenção e respectiva implementação das medidas de saúde pública não farmacológicas, durante a pandemia da gripe de 2009; (2) a identificação dos pontos críticos na gestão das medidas de saúde pública não farmacológicas, para preparação e resposta a futuras pandemias da gripe e, por último, (3) a definição de um modelo de acompanhamento, de monitorização e de avaliação das medidas de saúde pública não farmacológicas, que permita identificar os pontos importantes a ter em conta na implementação de boas práticas de saúde pública, nos diferentes níveis de prestação de cuidados de saúde, tendo como limitação o estado da arte dos sistemas de informação e avaliação, nacionais e internacionais, existentes. Material e Métodos: Para a avaliação das estratégias de intervenção e respectiva implementação das medidas de saúde pública não farmacológicas bem como, para a identificação dos pontos críticos na gestão das respectivas medidas foram consideradas duas perspectivas: a avaliação dos resultados através do Relatório da Pandemia da Gripe e a avaliação dos resultados através das avaliações da OMS e da Euro OMS. É apresentado um modelo de acompanhamento, de monitorização e de avaliação das medidas de saúde pública não farmacológicas, a implementar na classe médica que esteve na “linha da frente”, durante a pandemia H1N1 2009 em Portugal, nos cuidados primários, hospitalares e intensivos. Resultados: Deverá existir uma representação dos profissionais de saúde para suporte das decisões de forma a assegurar uma representação alargada não só na preparação mas também, na implementação e na aplicação do Plano de Contingência. O processo de planemanto deverá ter acesso público com possibilidade de participação activa do cidadão na sua implementação. O Plano deve ter a capacidade para se adaptar à situação epidemiológica e, no terreno os exercícios de simulações durante o processo de planeamento são importantes. As orientações técnicas devem ser dinâmicas, práticas, específicas e úteis e, dever-se investir numa cultura de confiança (“right people communicating to right people”). As alterações ao plano devem partir da coordenação, comando e controlo que, nos vários níveis de decisão, devem definir claramente quem toma as decisões. Conclusões: As estratégias para as intervenções ao nível da saúde pública, continuam, no mundo hodierno a desempenhar um papel fundamental e crucial na contenção das pandemias. O modelo apresentado neste estudo procura uma abordagem objectiva para destacar não só, os elementos essenciais de actividades bem-sucedidas, mas também as áreas em que a experiência pandémica sugere que o futuro planeamento deve dar maior ênfase.

ABSTRACT - Introduction: The need to manage the threat of a pandemic requires the management of absolute uncertainty. The lack of scientific knowledge on certain factors such as the viruses characteristics that cause infections, the effectiveness in prevention and treatment have contributed to a serious difficulty in intervention at various levels. Taking in account the development in the global epidemiological situation in the field of influenza, Portugal reviewed and adapted its contingency plan for influenza, and in January 2006, a “new” - National Contingency Plan for Health Sector Pandemic was approved. Objectives: The present study has as main objectives the evaluation in the strategies of intervention and their implementation as non pharmacological measures of public health, during the 2009 flu pandemic, the identification of main critical points in the management of non-pharmacological measures in public health, to prepare and respond effectively in future pandemics of influenza and, finally the definition of a model for tracking, monitoring and evaluation of non-pharmacological measures in public health, identifying the main points necessary to implement good practices in public health at different levels of health care, taking in account the limiting state of the art in the information assessment systems existing nationally and internationally. Material and Methods: To evaluate the strategies of intervention and their implementation as non-pharmacological measures of public health as well as for the identification of critical points in the management of the measures, two perspectives were considered: the measurement of outcomes through the Report of Pandemic Flu and measurement through the assessment of WHO and Euro WHO. A model for tracking, monitoring and evaluation of non-pharmacological measures in public health is presented, to be implemented with doctors who were in the "front line" during pH1N1 2009 in Portugal, in primary, secondary and intensive health care. Results: A considerable representativeness of health professionals should exist to support the decision in a way to ensure a broad representation not only in preparation but also in the implementation and application of the Contingency Plan. The process should be publicly accessible with the possibility of active participation of citizens in their implementation. The Plan must have the ability to adapt to the epidemiological situation, and exercises and simulations in the field during the planning process are important. Technical guidelines must be dynamic, practical, specific and useful investing in a culture of trust ("Communicating right people to right people"). Changes to the plan should be based in coordination, command and control that the various levels of decision should clearly define who is responsible to take decisions. Conclusions: Strategies for interventions at the level of public health continue in today's world to play a fundamental and critical role in containing the pandemic. The model presented in this study seeks an objective approach to highlight not only the essential elements of successful activities, but also areas in which the pandemic experience suggests that future planning should give greater emphasis.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/9300

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Nova de Lisboa. Escola Nacional de Saúde Pública

Direitos

openAccess

Tipo

masterThesis