Factores Determinantes no Desenvolvimento de Bebés com Muito Baixo Peso à Nascença: Modelo Logit

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Estatística e Gestão de Informação

Em Portugal, os índices de maternidade materna perinatal e infantil melhoraram de modo significativo nas últimas décadas, reflectindo ganhos em saúde sustentados a nível nacional. A evolução ocorrida nos últimos 20 anos permitiu alcançar taxas de mortalidade fetal e perinatal comparáveis às dos países desenvolvidos. Os cuidados perinatais contribuíram para que os índices de sobrevida global de 1996 para 2000 tenham aumentado significativamente. Com este estudo pretende-se mostrar que o acompanhamento aos bebés prematuros e de muito baixo peso à nascença, durante os primeiros tempos de vida, pode ter uma grande importância para o desenvolvimento cognitivo e comportamental da criança. Neste sentido, esta dissertação tem como objectivo, comprando as crianças com diferentes pesos à nascença, identificar as variáveis que contribuem de forma mais significativa para o desenvolvimento psicomotor dos bebés prematuros. Pretende-se avaliar o efeito do muito baixo peso à nascença relativamente à cognição e ao comportamento das crianças. Para tal, utilizamos uma especificação baseada no modelo logit para explicar os atrasos no desenvolvimento geral atrasos nas capacidades motoras, nos comportamentos sociais e atrasos na audição e linguagem dos bebés com muito baixo peso. As variáveis explicativas, para além do peso à nascença, incluem factores biomédicos (idade da mãe, cuidados pré-natais, sexo do bebé) e condições sociais (escolaridade materna, raça, problemas sociais, agregado familiar). Foram estimados modelos relativos aos bebés de muito baixo peso, quando estes completam 3 e 5 anos de idade. Os resultados dos diversos modelos estimados sugerem que a escolaridade materna e o peso à nascença são os factores são os factores mais importantes para o desenvolvimento dos bebés. O sexo do bebé encontra-se mais relacionado com os problemas verificados aos 3 anos de idade. As variáveis: problema social, raça e gravidez vigiada só são significativas para os modelos relativos aos 5 anos. Concluímos que é necessário continuar a acompanhar estas crianças ao longo da vida, quer a nível médico, quer a nível educacional. Estes resultados são particularmente relevantes nomeadamente quanto às suas implicações a nível de saúde pública.