As desigualdades regionais da Área Metropolitana do Porto: uma análise estatística multivariada

Trabalho de Projeto apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Estatística e Gestão de Informação

O presente trabalho centra toda a investigação numa análise demográfica sobre um dos maiores pólos de concentração populacional de Portugal Continental: a Área Metropolitana do Porto (AMP). O sistema urbano da AMP tem, ao longo das últimas décadas, vindo a manifestar profundas modificações do ponto de vista demográfico, que se revelaram distintas comparativamente ao outro grande agregado populacional do país, a Área Metropolitana de Lisboa (AML). O presente trabalho começa precisamente por analisar estas diferenças, nomeadamente no que diz respeito aos indicadores demográficos no âmbito da natalidade, mortalidade e migrações. Seguidamente procurou-se obter um “retrato” da região da AMP, analisando os recentes desenvolvimentos demográficos em termos de ritmos de crescimento, estrutura da população, indicadores económicos, sociais e ambientais, e que se resumiram numa caracterização ecológica e demográfica da região. A investigação propriamente dita inicia-se com uma análise de clusters sobre um conjunto de variáveis diversificado da AMP, registado nos dois últimos períodos censitários, em 1991 e 2001. O objectivo foi o de tentar captar as alterações de estrutura que ocorreram nesse período, procurando destacar os concelhos da AMP que apresentaram ritmos de crescimento divergentes, reflectindo as desigualdades regionais da AMP. Com base nos resultados apurados, efectuou-se uma análise prospectiva para a AMP e para dois concelhos-tipo seleccionados: o Porto e a Maia. Esta última análise partiu de um cenário de base natural, fixando hipóteses para as componentes mortalidade e fecundidade, sendo depois alargada a cenários de atracção e repulsão, que incluíram na prospectiva o segmento das migrações, um factor determinante na dinâmica da população. Os cenários prospectivos permitiram delinear a estrutura da população da AMP até 2026, evidenciando também as desigualdades regionais da região. Pretende-se que os resultados desta investigação disponibilizem ferramentas de apoio à decisão em estratégias de planeamento e de competitividade, de modo a cumprir os objectivos fixados em termos nacionais e comunitários para uma região considerada inovadora, com uma grande dinâmica empreendedora e forte coesão social.