Avaliação do potencial de poupança de energia na habitação em Portugal
Contribuinte(s) |
Melo, João |
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Data(s) |
11/12/2012
11/12/2012
2012
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Resumo |
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente, perfil de Gestão e Sistemas Ambientais O consumo de energia no Mundo contribui para a perda de qualidade ambiental devido aos impactes que provoca, emissões de gases de efeito de estufa, poluição de vários sistemas e consumo de recursos não renováveis. Em Portugal, além do problema da degradação ambiental, mais de 80 % da energia consumida é importada, situação que deixa o País exposto à volatilidade dos mercados energéticos. Existem actualmente seis milhões de habitações no País, das quais 68 % são residências habituais. O sector residencial representa 18 % do total de energia final consumida em Portugal e o consumo per capita tem vindo a aumentar ao longo da última década, tendência que poderá estar a inverter-se. Os objectivos principais da presente dissertação passam por identificar o potencial de poupança de energia na habitação em Portugal e como pode ser atingido. O cumprimento dos objectivos estabelecidos é realizado utilizando uma série de 200 ““auditorias”” a habitações, inter-validadas com estudos nacionais sobre o sector e literatura científica. As várias formas de atingir a poupança estimada são avaliadas em termos de custo-eficácia e aplicabilidade. O potencial de poupança identificado é desagregado por tipos de medidas tendo sido, ainda, complementado com simulações de desempenho de equipamentos solares térmicos e informação sobre equipamentos domésticos disponíveis no mercado. Os resultados do presente estudo apontam para potenciais de poupança custo-eficaz de 7 GJ/ano em cada habitação, 25 % do consumo médio actual. No País, considerando as residências habituais, este potencial de poupança representa uma poupança de 28 PJ/ano, 23 % do consumo do sector. Ao considerar a poupança potencial total o valor sobe para 14 GJ/ano em cada habitação, representando 50 % da energia consumida no sector. Estas poupanças permitem evitar a emissão de 4190 toneladas de CO2e/ano. O potencial de poupança atinge-se com substituição de equipamentos, gerando poupanças de 6,3 GJ/habitação/ano, mudança de comportamentos, 0,7 GJ/habitação/ano, instalação de sistemas solares térmicos, 4,3 GJ/habitação/ano e mudanças construtivas, representando uma poupança de 2,8 GJ/habitação/ano. No cenário mais favorável ao investimento das famílias nacionais, a substituição de equipamentos e as mudanças de comportamento custam 6 mil milhões de euros, para todo o território, e apresentam um retorno do investimento de 3 anos. A instalação de sistemas solares térmicos custa globalmente 13 mil milhões de euros e tem retorno para as famílias de 7 anos. As mudanças construtivas, menos custo-eficazes, custam globalmente 53 mil milhões de euros e, para as famílias, ficam pagas em 13 anos. A grande variabilidade no sector da habitação faz com que as melhorias não possam ser aplicadas de forma cega. A análise efectuada indica que o ideal é actuar tanto na qualidade das habitações, substituindo vão envidraçados e isolando paredes e coberturas, como na substituição de equipamentos por outros mais eficientes e também alterar os comportamentos na utilização da energia. A criação de medidas adaptadas às características no objecto de estudo potencia a poupança de energia. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências e Tecnologia |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Eficiência energética #Sector residencial #Habitação em Portugal #Política energética |
Tipo |
masterThesis |