Expectativas académicas e desempenho escolar: das disposições sociais à escolha racional
Data(s) |
11/09/2012
11/09/2012
01/03/2012
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Resumo |
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Sociologia O risco do investimento educativo na incerteza dos benefícios que resultarão dos custos despendidos poderá orientar os jovens e os seus familiares a atribuir menor importância à escolaridade dos seus elementos familiares, e a criar uma projecção e orientação de futuro mais reduzido, procurando o menor risco de acção. E isto porque a ponderação e cálculo entre os custos e os benefícios da acção, e o risco e probabilidade de atingir os objectivos esperados em contextos de incerteza e de posse de menos informações sobre a realidade actual e de maiores constrangimentos e dúvidas nas consequências de acção levam, muitas vezes, a que os indivíduos (neste caso os jovens e seus familiares) estabeleçam metas menos exigentes, criando menores aspirações e expectativas, de forma a investir menos e a alcançar os objectivos esperados sem custos elevados e que ultrapassem as suas posses. Desta forma, a dualidade de importância atribuída actualmente ao papel da escolaridade e dos diplomas tem resultado numa bifurcação de atitudes e acções perante e dentro do sistema educativo: para manter a competitividade do desenvolvimento económico, social e cultural das sociedades actuais, ou, pelo contrário, devido à desvalorização dos diplomas académicos superiores e ao aumento mediatizado do desemprego da população mais escolarizada no país, constituem-se causadores de um aumento dos contextos de incerteza e de risco no investimento escolar e no prosseguimento dos estudos ao nível superior. Contudo, defendemos que este processo de tomada de decisão não poderá ser considerado totalmente um acto racional, e é neste âmbito que sugerimos incluir na investigação a relevância dos constrangimentos sociais e da transmissão de um habitus social por parte dos familiares na construção do sistema de disposições dos jovens, que encaminhará o aluno e os seus familiares a determinados trilhos de acção e de escolha dentro do sistema educativo. Articulando estas percepções com a construção das expectativas académicas – que se constitui a base conceptual do nosso estudo – consideramos fundamental perceber em que medida as diferentes expectativas académicas e profissionais são socialmente orientadas; se de facto, as projecções dos alunos traduzem as aspirações que os seus familiares constroem em relação ao seu futuro; e em última instância se estas conseguem de facto, determinar as próprias expectativas dos jovens e consequentemente o seu desempenho (de maior ou menor sucesso) académico. Neste sentido, descobrimos que, condicionados pela origem social, nomeadamente sob efeito do nível de instrução dos pais, os alunos tendem a criar expectativas de futuro baseadas na experiência que têm das suas competências e do seu desempenho académico, fortemente correlacionados com o seu sistema de oportunidades e com as aspirações parentais – quanto mais escolarizados forem ambos os progenitores, maiores são as aspirações que estes criam sobre o futuro educativo e profissional dos alunos, que resulta em projecções dos alunos exigentes (ao nível do ensino superior), orientando consequentemente e positivamente os resultados escolares dos alunos. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Teoria de escolha racional #Sistema de disposições #Aspirações parentais #Expectativas escolares #Contexto socioeconómico #desempenho académico |
Tipo |
masterThesis |