Gestão de praias da Costa de Caparica. A capacidade de carga, o valor da onda, a segurança e informação


Autoria(s): Silva, Susana Alexandra Ferreira da
Contribuinte(s)

Ferreira, José

Silva, Carlos

Data(s)

24/07/2012

24/07/2012

2012

Resumo

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre Engenharia do Ambiente, perfil do Ordenamento do Território e Impactes Ambientais

As praias enquanto espaço de lazer e destino turístico e de recreio, por si só constituem um recurso natural capaz de integrar outros, mas devido à sua vulnerabilidade necessitam de uma gestão que estabeleça o equilíbrio entre a componente ambiente, social e económica. A expansão da pressão humana pelo fenómeno turístico-balnear evoluiu na Costa de Caparica para um turismo massificado, comprometedor da preservação ambiental e do equilíbrio socioeconómico. Assim, o objectivo desta dissertação centrou-se na utilização de ferramentas de planeamento, ordenamento e gestão, como a capacidade de carga das praias, (integrando o plano de água associado ao surfing), permitindo avaliar a praia no seu todo, uma vez que os surfistas são igualmente utentes das praias. A valorização do recurso onda, pelo Método Custo de Viagem, revelou-se uma ferramenta fulcral na obtenção do valor mínimo económico não alocado ao mercado, permitindo entender o verdadeiro valor da presença deste recurso abiótico de elevada unicidade. Sendo as praias locais de grande atracção e inerentes de perigos, principalmente no plano de água, ficou evidente a necessidade de implementar uma estratégia de educação e comunicação. As observações efectuadas nos meses de veraneio registaram nas praias estudadas, índices de utilização na ordem dos 26m2/utente e 54m2/utente. No plano de água o espaço disponível para cada surfista atingiu 350m2/utente (Praia do Tarquínio/Paraíso) e 660m2/utente (Praia do Castelo). Os valores máximos de número de utentes registados quando comparados com os legislados, não chegaram a ultrapassá-los. Contudo, quando comparados com capacidade de carga física e social obtidas, registou-se o fenómeno de overcrowding que segundo os utentes traduz-se num grau de desconforto com a necessidade de escapar às enchentes nas praias, sobretudo para os surfistas. A onda utilizada directamente por estes foi maioritariamente reconhecida como recurso para a economia local por todos os utentes inquiridos, cujo desaparecimento é entendido como prejurativo, uma vez que a Costa de Caparica apresenta uma massa contributiva de clientes associados ao surfing. O “valor pessoal” associado à onda é presente nos surfistas, mas também nos banhistas. Quanto ao valor económico calcula-se que as ondas da Costa de Caparica possam valer pelo menos 46635,12€ a 1022789,52€ para uma estimativa de 22 mil surfistas que as frequenta anualmente. Relativamente à segurança verificou-se a necessidade de desevolver uma estratégia de educação e informação, melhorando a segurança durante todo o ano, sobretudo no que consta às regulamentações e perigos, principalmente os agueiros que são desconhecidos pela maioria dos banhistas. Conclui-se que as praias caparicanas são alvo de forte afluência durante o período estival com falhas acrescidas na salvaguarda dos seus utilizadores fora desta época, mas dotadas de um recurso identitário e único (as ondas), merecedor de preservação.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/7586

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências e Tecnologia

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Gestão de praias #Sustentabilidade #Capacidade de carga #Valor da onda #Segurança e informação
Tipo

masterThesis