Etnografia cigana no Bairro Alfredo Bensaúde, sob o olhar da juventude


Autoria(s): Segrini, Juliana da Mota Marques
Data(s)

08/05/2012

08/05/2012

01/09/2011

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em ecologia humana

O presente trabalho foi realizado no bairro social Alfredo Bensaúde localizado nas margens da cidade de Lisboa, na fronteira com o município de Loures. Com uma presença multiétnica vincada (gente de origem nacional, africana, indiana e cigana), em proporções distintas, realizei esta pesquisa com um interesse apenas focado nos ciganos, que são considerados uma minoria ética pela ONU. As minorias étnicas são grupos que apresentam entre seus membros, traços históricos, culturais e tradições comuns, distintos dos verificados na maioria da população. A ausência de dados sobre as famílias ciganas residentes no bairro – ou a indisponibilidade para a sua cedência, caso existam – ditam a indisponibilidade de uma caracterização extensiva. Assim, os dados apurados e apresentados no capítulo 3 dizem apenas respeito às famílias das crianças com as quais convivi ao longo de três meses. Marginalizados desde o tempo (secular) em que chegaram ao território Português, nomeadamente em termos das políticas públicas, apenas nas últimas décadas passaram a ser vistos como cidadãos de plenos direitos, e não apenas como ciganos. Hoje são denominados ciganos portugueses.Os ciganos em cada país onde são encontrados são conhecidos por uma palavra característica do idioma local, por isso existem várias denominações para se lhes referir. Desde o início do século XV, quando chegaram a Portugal, até aos dias de hoje, foram sempre vistos como trapaceiros e estão sempre marginalizados na sociedade. Cada comunidade cigana expressa as suas particularizas: porém, devido aos pré-conceitos acerca dessa população, são generalizados e vistos como iguais. Devido à relação conturbada com a sociedade não cigana, as comunidades ciganas têm um certo receio em receber um não cigano no seu seio, e mais receio ainda em contar a sua história a um gadjo (ver Preâmbulo a seguir). Neste estudo, utilizei a técnica de entrevista indirecta. Ou seja, com um guião, a conversa era conduzida de maneira a conseguir ter acesso a todas as informações pretendidas. As conversas eram gravadas e posteriormente transcritas. Consegui deduzir que a comunidade cigana (visível pelo testemunho dos mais novos) sofreu e sofre um processo de aculturação. A mobilidade territorial é basicamente conduzida pelo processo de realojamento. As profissões ditas tradicionais ciganas já não são as únicas a serem exercidas, e não são pretendidas pelas crianças e jovens que ingressaram no mercado de trabalho. A mudança já começou…

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/7225

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Etnografia #Minoria étnica #Aculturação
Tipo

masterThesis