As contra-imagens de um imaginário Lusíada


Autoria(s): Ferrão, Margarida do Rosário Casimiro
Data(s)

23/04/2012

23/04/2012

01/09/2011

Resumo

Dissertação de Mestrado em Línguas, Literaturas e Culturas Variante de Estudos Românicos: Textos e Contextos

Neste trabalho pretendemos estudar um discurso crítico sobre Portugal, mais precisamente captar as “contra-imagens”, aquelas que desconstroem e subvertem as imagens irreais, que povoam o imaginário português. Para tal, analisámos três obras: A Torre da Barbela, de Ruben A., A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós. Esta aproximação entre os dois autores justifica-se pela forma como problematizaram a sua escrita em função da relação com Portugal, elemento central das suas pesquisas estéticas, enquanto interpelador de natureza simbólico-patriótica. Um dos objectivos do trabalho é apresentar as formas, através das quais, os autores em causa reinventam essa identidade nacional. Outra forma de focarmos essas imagens é apreendê-las enquanto produto de transfigurações ditadas pela memória, pela afectividade, pela ironia, pela distância crítica. É um Portugal de paradoxo metafísico que, estruturalmente, modela as três obras: A Torre da Barbela faz um retrato satírico sobre os oito séculos da História portuguesa, reportando-se, em simultâneo, ao quadro contemporâneo. A Ilustre Casa de Ramires confronta o Portugal decadente de finais do século XIX, com um passado glorioso, donde resulta a possibilidade de um Portugal regenerado, capaz de se voltar a afirmar como nação. A Cidade e as Serras confronta o mundo da civilização, Paris, onde o viver é artificial com o mundo da ruralidade portuguesa, onde o viver é autêntico. Entre as linhas de análise mais importantes, destacam-se três: a ideia de desmistificação de um Portugal heróico, que vive refém das glórias passadas, sem ter coragem de enfrentar o presente ou o futuro. Temos também o complexo de inferioridade / superioridade, que se joga na relação mítica de Portugal com o paradigma estrangeiro, o francês, ou, indirectamente, o inglês, pela via da solução africanista. Temos ainda a busca de raízes, como metáfora literária de ligação ao solo pátrio, ideia muito presente nos romances de Eça.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/7192

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Barbela #Civilização #Decadência #Escrita #Família #França #Identidade #Imagem
Tipo

masterThesis