Das fronteiras de gênero às fronteiras discursivas: aforismos, fragmento e ensaio


Autoria(s): Topa, Helena
Data(s)

02/02/2012

02/02/2012

1998

Resumo

pp. 23-33

A maioria daqueles que escrevem aforismos são tipos pouco simpáticos. As pessoas que se acautelem. Eles iludem-se acerca da verdade, pensando que ela se compõe de pequenas verdades isoladas, que podem ser apanhadas como as moscas. Basta ter um mata-moscas à mão e zás! Uma verdade, prás! Um aforismo. Depois enchem-se grossos volumes ou brochuras bibliófilas e, na verdade, não passam de uma colecção de moscas mortas. O verdadeiro escritor de aforismos é um tipo raro. Para ele, o aforismo não é o resultado final de um acto do pensamento, mas sim o testemunhar dramático do processo mesmo de pensar. O pensamento cristaliza- se inesperadamente, em pleno processo de realização. A reflexão líquida adensa-se num momento fortuito e toma corpo, não como sabedoria disponível, não como sentença ou dizer de almanaque, mas como desafio a entrar naquele percurso do pensar, que ali se condensou num pedaço de linguagem; desafio a dissolver de novo o que se cristalizou, e a entregar-se ao seu imprevisível rumo, à sua torrente provavelmente caudalosa."

Identificador

0871-2778

http://hdl.handle.net/10362/6948

Idioma(s)

por

Publicador

Colibri

Relação

N. 11;

Direitos

openAccess

Tipo

article