Figuras do Dom (em torno do miserere de João Morais Barbosa
Data(s) |
17/01/2012
17/01/2012
1995
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Resumo |
pp. 223-228 Arrisquemos a hipótese que o texto é um corpo (o seu nível mais profundo é o nível tensivo) e que as perturbações, o seu aparecer sensível se manifestam à flor da sua pele (da sua manifestação). Que se singulariza à flor da pele deste texto senão o drama do tempo e do afecto, o excesso do mal e a vertigem da falta? E não é esta escrita, a escrita de si como ascese, na fronteira da experiência (da morte) e da literatura (impossível)? Quão longe estamos já do Roland Barthes para Roland Barthes (1975), em que se dizia: Tudo isto deve ser considerado como dito por um personagem de romance. Esse era um livro que bem se podia chamar Contre Vautobiographie. Mas este, que livro é este, afinal*^', que não sendo contia a literatura, é tão pouco literário? Um livro de espiritualidade, certamente, dado o modo de textualização por que identificamos esse registo de escrita e o seu dispositivo enunciativo, antes de mais. Mas é sobretudo um Hvro de confissão, autobiográfico, onde não falta a presença do "eu" que escreve, na passagem da terceira pessoa, do professor que enuncia conhecimentos, à primeira pessoa do homem agostiniano, observador de si mesmo, que diz: no instante que agora vivo, estou aqui (p. 131), a partir do seu presente, do seu corpo próprio. |
Identificador |
0871-2778 |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
Relação |
Vol.2;N.8 |
Direitos |
openAccess |
Tipo |
article |