Um problema de focalização narrativa ou como o mesmo santo pode ser diferente
Data(s) |
17/01/2012
17/01/2012
1995
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Resumo |
pp. 145-166 A relação que o Narrador estabelece com a diegese, a que vamos chamar focalização*^', é um processo que se denuncia da maior importância para a Narrativa que resulta da narração que aquele empreende. A forma de que se reveste a representação da informação diegética, e que o enunciado narrativo revela, marca idelevelmente a Narrativa, pelo que a partir de uma mesma diegese se podem obter duas narrativas radicalmente diferentes. Um dos exemplos mais flagrantes desta díspar focalização narrativa, encontramo-la nos traços que diferenciam a narrativa hagiográfica da narrativa da vida de santos da pena de escritores laicos. Dessa diversa relação narrador-diegese, darei dois exemplos: o primeiro opõe o conto de Flaubert sobre a vida de S. Julião Hospitaleiro, datado de 1877*^', à narrativa da vida do mesmo santo que consta do Fios Sanctorum, de Diogo do Rosário, datado de 1869. Nesta reedição mantém-se a narrativa da vida daquele santo, já existente no primeiro Fios Sanctorum em língua portuguesa de 1513 tradução da Legenda Áurea, de Voragine (sec. XIII). O segundo exemplo extraído do mesmo Fios Sanctorum de 1869, opõe a narrativa hagiográfica da vida de S. Nicolau ao conto da vida do mesmo santo, da pena de Eça de Queirós. |
Identificador |
0871-2778 |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade nova de Lisboa |
Relação |
Vol.2;N.8 |
Direitos |
openAccess |
Tipo |
article |