“Avô: Um pioneiro como nós” . A redefinição do papel "Ausstellungsmacher" por Harald Szeemann


Autoria(s): Teixeira, Mariana Ferreira Roquette
Contribuinte(s)

Dias, José António Fernandes

Data(s)

08/09/2011

08/09/2011

01/03/2011

Resumo

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Museologia

A presente dissertação de mestrado tem como objectivo investigar o contexto histórico-cultural e as causas que levaram ao surgimento da figura do curador independente, bem como, analisar o papel desempenhado por este, na emergência de uma prática curatorial com marca de autor. A importância de Harald Szeemann para a História da Arte e das Exposições, ao longo da segunda metade do século XX, tem sido comprovada pela historiografia mais recente. Reconhece-se igualmente, que o seu percurso oscilou entre o grande e o pequeno formato, o público e o privado, sem impor qualquer hierarquia entre um e outro. Se por um lado, as grandes exposições mediáticas lhe deram visibilidade, por outro, foi nas exposições de menores dimensões, que mais se revelou, expressando ideias subjectivas através de modos de exposição arrojados. É neste segundo grupo que se insere a exposição “Avô: Um pioneiro como nós” (1974), a qual escolhemos como objecto de estudo, dado o seu lugar na história não ter sido ainda verdadeiramente considerado. A exposição “Avô: Um pioneiro como nós” comissariada por Szeemann, em 1974, inaugura um novo tipo de exposição, que se distingue por um forte carácter de subjectividade. Através dela, o curador suíço demonstra o modo como entende a arte e o seu medium, procedendo a uma redefinição do papel de ausstellungsmacher (“fazedor de exposições”). Neste sentido, esta mostra deve ser entendida como um elemento fundamental para compreendermos a evolução da acção de Harald Szeemann, enquanto curador de exposições, e simultaneamente, os desenvolvimentos da História da Curadoria. O trabalho que aqui se apresenta divide-se fundamentalmente em três partes. Na primeira, contextualizamos e caracterizamos o trabalho desenvolvido por Szeemann na Kunsthalle Bern, ao longo de oito anos e meio. Traçamos igualmente um paralelismo entre as acções empreendidas por um grupo de profissionais de museus (Johannes Cladders, Jean Leering, Pontus Hultén, Knud W. Jensen, Walter Hopps), do qual Szeemann fazia parte, e com o qual partilhava ideais e metodologias de trabalho. No segundo ponto, aprofundamos os fundamentos teóricos que levaram o curador a criar a “Agência para o trabalho espiritual estrangeiro” e a conceber o projecto “Museu das Obsessões”. O terceiro e último capítulo, apresenta uma análise crítica à exposição “Avô: Um pioneiro como nós” e ao modo como foi recebida por parte do público e da crítica. Aqui, procuramos também, detectar influências, tanto no trabalho de artistas (Marcel Broodthaers, Joseph Beuys, Christian Boltanski) como em experiências curatoriais anteriores (“Hugo Bal 1886-1927: Manuskripte Photographien, Bücher; “When Atittudes Become Form”, “8 ½ Documentation 1961- 1969”; “Happening & Fluxus”, Documenta 5”) e compreender a importância desta acção para a prática da curadoria, enquanto actividade assumidamente autoral. Por fim, traçamos um paralelismo entre o ambiente criado por Szeemann, nesta mostra, e o arquivo que nos deixou, como legado de uma vida ao serviço da exposição como medium

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/6091

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Harald Szeemann #História da Curadoria #Modos de exposição #Arte dos anos 60 e 70 #Crítica institucional
Tipo

masterThesis