CDR, um resíduo ou um produto, e a sua viabilidade técnico-económica: análise do estudo do caso


Autoria(s): Carvalho, Inês dos Reis Guerreiro de
Contribuinte(s)

Cabeças, Artur

Ribeiro, Alexandra B.

Data(s)

15/07/2011

15/07/2011

2011

Resumo

Dissertação apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente, Perfil Engenharia Sanitária

Esta dissertação tem por base o ”estudo de caso” da concessionária do sistema multimunicipal do Norte Alentejano, a VALNOR S.A. como a primeira empresa nacional a produzir e a preparar o Combustível Derivado de Resíduos para aproveitamento energético por co-incineração na cimenteira SECIL. Pretende-se, de certa forma, contribuir para que o CDR possa ser encarado não como um resíduo,mas sim como um recurso ou produto que comporta valor económico e ambiental, fazendo parte da “cadeia de valor” de um sistema integrado de Resíduos Urbanos (RU). Com efeito, o CDR é a fracção “refugo” que resulta após pré-tratamento mecânico processado a montante da linha de uma unidade de compostagem ou de digestão anaeróbia, onde se separam também os materiais com possibilidade de reciclagem, papel/cartão, vidro e resíduos de embalagens, bem como a fracção orgânica que prossegue na linha para a fase de compostagem e maturação. A fracção “refugo” que resulta deste pré-tratamento mecânico contempla potencial para aproveitamento energético, dado que os materiais que a integram possuem um Poder Calorífico Inferior (PCI) com um potencial energético significativo. Sendo, todavia, uma fracção com os materiais em bruto torna-se necessário que seja objecto de uma preparação prévia. Esta preparação permite dar origem a um material para valorização energética, por co-incineração ou combustão por incineração específica, substituindo o combustível de origem fóssil que em regra é utilizado. O CDR, ao servir de combustível alternativo relativamente ao combustível fóssil utilizado, permite não só uma poupança significativa deste combustível, não renovável, como uma redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) e de GEE (CH4 evitado). Associado a estes benefícios acresce um valor económico significativo, quer pela redução do consumo combustível fóssil necessário, quer pelos proveitos da energia gerada, energia com “tarifa verde”, pela redução das emissões de CO2 com ganhos em termos de créditos de carbono quer pelo espaço evitado em aterro com diminuição de custos de operação e volume ocupado, pelo facto de se evitar o pagamento da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR), e por se garantir o uso do Aterro Sanitário apenas para a fracção “resto”, na perspectiva de um “Aterro de Carbono Zero”. Apresenta-se, também, o enquadramento legislativo, a revisão bibliográfica, descreve-se a solução desenvolvida pela VALNOR para a preparação do CDR, analisam-se as amostras retiradas para avaliação do seu potencial energético, analisam-se e discutem-se os respectivos resultados laboratoriais, identificam-se os parâmetros/limites para viabilizar a sua valorização e, por último,avalia-se o CDR, quer no quadro ambiental, quer como um recurso ou “produto”, concluindo-se da sua importância para a viabilidade técnico-económico de um sistema integrado de resíduos sólidos.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/5941

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências e Tecnologia

Direitos

openAccess

Tipo

masterThesis