Luz e arquitectura do espaço no filme. Imagem, memória e emoção na década da mente
Contribuinte(s) |
Grilo, João Mário |
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Data(s) |
17/06/2011
01/05/2011
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Resumo |
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências da Comunicação, Especialidade de Cinema Esta dissertação é o resultado de uma investigação sobre o cinema de Michelangelo Antonioni (1912-2007), num quadro de análise que convoca conceitos relativos às temáticas da percepção e da cognição (e.g. imagem, visão, linguagem, memória, emoção, etc.), nomeadamente no que diz respeito à compreensão da dinâmica da luz e do espaço fílmico, quer num contexto de criação, quer no âmbito da recepção. A sistematização e a explicação das novas formas do cinema moderno permitem compreender o modo como o cinema em geral e, particularmente, a obra de Antonioni ultrapassam o domínio da técnica e da estética, para se aproximarem de uma concepção epistémica do filme, na configuração da luz e arquitectura do espaço cinematográfico. Num quadro de análise que tem por base os princípios da filmologia, partimos da hipótese de que o filme não é, somente, o resultado de uma técnica específica de mise en scène, que reenvia para uma interpretação diegética da realidade, mas constitui, essencialmente, uma forma imagética de pensar o mundo e o homem. No contexto específico da análise, os filmes de Antonioni, nomeadamente a “trilogia dos sentimentos”, a “trilogia americana” e as últimas obras, são objectos de estudo que revelam o pensamento, mas também a poesia, de um autor que desenha um retrato do homem moderno, num espaço de fronteira com a pósmodernidade, configurado pelos sinais de retorno do horizonte da tragédia. Os resultados da investigação e análise permitem refutar a tese mais comum que apresenta Michelangelo Antonioni como o “cineasta da incomunicabilidade”. Em contrapartida, é possível considerar as imagens fílmicas como reflexos da condição humana. Do ponto de vista da percepção evidenciamos, particularmente, os conceitos de visibilidade, invisibilidade e visualidade numa relação com a Pintura, a Paisagem, a Escrita, a Linguagem, a Memória e a Emoção que são, também, conceitos que se esboçam através de uma forma particular de criação, e que transformam as imagens plásticas de Antonioni em formas cognitivas de aproximação à realidade. A cor e a luz, mas também o movimento e a forma, são, deste modo, noções fundamentais para a compreensão de um cinema que parte da realidade concreta para a devolver, nos limites da abstracção. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Filme, #Luz #Espaço #Paisagem |
Tipo |
masterThesis |