Corpo, silêncio e desejo. Hermenêutica do silencio e da palavra na relação cuidativa
Contribuinte(s) |
Renaud, Isabel |
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Data(s) |
04/05/2011
04/05/2011
2011
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Resumo |
Tese de mestrado em Filosofia Contemporânea O corpo é visto sob diferentes perspectivas, desde o corpo objecto ao corpo vivido. Nesta medida, a relação do sujeito como o seu corpo, com o corpo do outro e com o mundo é de alguma ambiguidade, o que problematiza a relação intersubjectiva. No domínio da enfermagem, como arte, ciência e profissão da saúde, a relação cuidativa – expressão do cuidar – funda-se na percepção do corpo do outro como espaço de subjectividade e expressividade. Através do seu corpo, o sujeito, imbuído pelo desejo e pela intencionalidade da consciência, no espaço e no tempo, experiencia e vive o mundo. Nessa fruição ele constrói-se como pessoa humana, nas diferentes dimensões, pela praxis individual, e ao longo de um projecto de vida. Mas o corpo é o lugar dos paradoxos que motiva fenómenos de alegria e prazer, mas também de dor, angústia, sofrimento e tensão na alteridade. Neste contexto, o estudo pretendeu dar resposta à seguinte questão: em que medida o corpo desejante se projecta no diálogo da relação cuidativa? O estudo abordou, em três capítulos, a problemática do corpo desejante, do sentido do silêncio e da relação ética no viver em comum, sob o fio condutor da intersubjectividade. Em concreto, o estudo pretendeu reflectir sobre a fenomenologia do corpo e a sua implicação no cuidado humano, descrever a atitude ética da pessoa na dinâmica da relação cuidativa, descrever a abertura intersubjectiva da pessoa doente na perspectiva do cuidado humano e compreender a função expressiva da linguagem na fenomenologia da relação intersubjectiva. O estudo decorreu segundo a perspectiva ética e o ponto de vista da fenomenologia, sob a mediação hermenêutica, no âmbito da filosofia contemporânea. Por isso, o caminho percorrido segundo a filosofia de Paul Ricoeur, Merleau-Ponty e Levinas, mas também Sartre, Heidegger e outros. Incluem-se, ainda, narrativas pessoais de enfermeiros sobre a experiência de cuidar e ser cuidado, que revelam fenómenos relacionados com a percepção do corpo e com e eticidade da relação intersubjectiva em contexto de cuidado humano. Em síntese, ao longo do estudo, pela descrição e reflexão, verificou-se que o corpo próprio é o lugar de todos os lugares, a interface perfeita onde tudo se entrelaça. As múltiplas perspectivas de compreensão do corpo sustêm a qualidade da relação intersubjectiva do sujeito com o outro. Mas só a perspectiva da facticidade do corpo próprio, do corpo vivido para si e para o mundo, promove um diálogo integral com o outro, pleno de coexistência e de reciprocidade. Por isso, ao afirmar-se de natureza intersubjectiva, a relação cuidativa é, de facto, dialógica, pois entrelaça o meu corpo e o corpo do outro e as histórias de vida, sob o prisma da liberdade, do respeito e da responsabilidade. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Corpo #Desejo #Consciência #Ética #Fenomenologia #Linguagem #Cuidado humano |
Tipo |
masterThesis |