Oportunidades da bioenergia face à redução de dióxido de carbono associado ao sequestro geológico e biosequestração: caso prático aplicado à central termoeléctrica de Sines
Contribuinte(s) |
Lapa, Nuno Cabrita, Isabel |
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Data(s) |
04/03/2011
04/03/2011
2010
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Resumo |
Dissertação apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para obtenção do grau de mestre em Bioenergia O grande desafio da sociedade moderna é de garantir um crescente desenvolvimento respeitando o ambiente e interferindo o mínimo nos ciclos naturalmente existentes nomeadamente água e carbono,mitigando as emissões antropogénicas. As emissões de gases de efeito de estufa de origem antropogénica têm forte contributo para a diminuição da qualidade do ar com especial relevo para o sector de produção de electricidade que utiliza como combustível os combustíveis fósseis. O crescimento da população, especialmente em países em vias de desenvolvimento, e a crescente procura de um aumento de nível de vida traduz-se inevitavelmente no maior consumo de bens primários nomeadamente procura de energia. Em países como a China e a Índia que, tendo o carvão como recurso natural, é quase garantido que as termoeléctricas a construir utilizem esse mesmo recurso como combustível. Por esta razão a aplicação da técnica de captura e sequestro de carbono (CCS) a novas termoeléctricas faz todo o sentido (já que não existem mecanismos de desenvolvimento limpo). Actualmente esta técnica é aplicada em explorações petrolíferas quer onshore quer offshore como parte integrante do processo de extracção, tornando a técnica rentável. A aplicação da mesma técnica a termoeléctricas não tem mais valia quando feita uma primeira análise puramente económica. O mercado do carbono veio contrariar esta análise simplista. Cada vez mais os“produtores de emissões” como subproduto da sua actividade verão os seus esforços de redução de emissões antropogénicas ser valorizados. Quanto mais se investir em técnicas de redução, mais recursos económicos ter-se-ão no ano seguinte para novos investimentos nesta área e no fim de linha ter-se-ão lucros de licenças de emissões não gastas. O mercado do carbono vem de certa forma incentivar a aposta na redução de emissões. Aplicar a técnica a centrais termoeléctricas já existentes é um desafio que já se encontra em diversos projectos quer na Europa quer nos Estados Unidos, no entanto, sendo uma técnica relativamente recente (no que se refere à aplicação da mesma em centrais termoeléctricas) os investimentos iniciais e os custos do processo são ainda bastante elevados. A captação de dióxido de carbono através de biomassa é igualmente um desafio numa perspectiva de redução da obrigatoriedade de investir em licenças de emissão, com um investimento bastante inferior à técnica de CCS. Este trabalho tem como objectivo avaliar os investimentos necessários para aplicação de CCS à central termoeléctrica de Sines, e a avaliação de uma aposta para a mesma central termoeléctrica através de biosequestração (lagoas de biomassa microalgal) tendo como objectivo a redução das suas emissões de CO2 anuais. Foi ainda analisado o possível local de sequestro em formação geológica dentro do território nacional,tendo em consideração que a sua localização seja o mais próximo possível do local de captura(central termoeléctrica de Sines) e, avaliado o tempo de vida útil do mesmo. Conclui-se que embora os investimentos sejam muito díspares, os resultados de redução de emissões também o são. Enquanto que, a técnica CCS poderá ser aplicada numa perspectiva de redução de 50% das emissões, a biosequestração caso se opte por lagoas de biomassa microalgal terão capacidade de redução de cerca de 1% das emissões de CO2 anuais. As grandes quantidades de emissões de uma aplicação estacionária requerem tecnologias tal como a CCS para diminuir consideravelmente as suas emissões atmosféricas (caso opte por continuar a utilizar como combustível o carvão). A verdade é que nem todos os países se encontram em igualdade de desenvolvimento e o que foi uma oportunidade para os actuais países desenvolvidos, não poderá ser cegamente negada aos que se encontram actualmente em vias de desenvolvimento. Para que seja respeitada a igualdade de oportunidades para todos, os países desenvolvidos terão de passar o “testemunho” mas com a adenda do conhecimento científico, de que actualmente são detentores. A técnica CCS permitirá, se aplicada a novas centrais termoeléctricas, nos países em vias de desenvolvimento, que estes utilizem como combustível os seus recursos endógenos (especialmente o carvão). |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Faculdade de Ciências e Tecnologia |
Direitos |
openAccess |
Tipo |
masterThesis |