Estudo sobre a qualidade da autorregulação do bebé na situação face-to-face-still-face com o pai


Autoria(s): Gonçalves, Inês Maria Gamito
Contribuinte(s)

Fuertes, Marina

Nunes, Clarisse

Data(s)

27/01/2016

27/01/2016

01/12/2015

Resumo

Dissertação apresentada à Escola Superior de Educação de Lisboa para obtenção do grau de Mestre em Ciências da Educação Especialidade Intervenção Precoce

Vários estudos indicam que os comportamentos e o tipo de autorregulação do bebé observado na relação com figura materna estão associados à qualidade da vinculação e do desenvolvimento subsequente. Contudo, a literatura escasseia no que respeita à qualidade destes comportamentos do bebé na interação com o pai. Com o intuito de estudar os processos de autorregulação do bebé e o papel paterno na interação foram observados 19 bebés entre os 3 e os 9 meses. Os participantes deste estudo agruparam-se em: 10 díades pai-bebé (dos quais seis bebés eram género masculino e quatro bebés do género feminino) e nove díades mãe-bebé (dos quais cinco bebés do género masculino e quatro bebés do género feminino). As respostas de autorregulação emocional do bebé e de interação diádica foram observadas na situação experimental Face-to-Face-Still-Face. Os comportamentos dos bebés foram classificados quanto à sua forma de organização comportamental (e.g., intensidade do comportamento exibido, qualidade dos comportamentos e capacidade da criança recuperar no último episódio do Still-Face). Do lado dos pais, os comportamentos foram classificados quanto à qualidade do seu envolvimento, do positivo ao negativo, progressivamente, numa combinação de fatores: expressão facial, direção do olhar e vocalizações. Os resultados indicaram que, na nossa amostra, os bebés apresentaram os mesmos padrões de comportamento (Socialmente Positivo, Socialmente Negativo e Orientado para o Auto-conforto) com pais e mães, porém, exibiram tendencialmente mais comportamentos positivos com a mãe e mais comportamentos negativos com o pai. Porém, e considerando a diferença entre pais e mães, as mães exibiram mais comportamentos de intrusividade. Relativamente aos fatores demográficos, estes comportamentos de autorregulação pareceram estar significativamente associados a variáveis parentais, tais como a escolaridade e a idade dos pais, e às variáveis infantis que se referem ao género, peso gestacional e paridade. Desta forma, os dados deste trabalho permitiram-nos concluir que a autorregulação infantil não deve ser compreendida apenas como um contributo do bebé, mas como um produto diádico.

ABSTRACT Several studies indicate that the infant self-regulation behaviours and types in relation with the maternal figure are associated with the quality of attachment and subsequent development. However, few literature concerns the quality of these infant’s behaviours in interaction with the father figure. In order to study the infant self-regulatory with fathers, 19 infant were observed. Infants were between 3 and 9 months old. The study participants were grouped into: 10 father-infant dyads (including 6 boys and 4 girls) and 9 dyads mother-infant (5 boys and 4 girls). The responses of the infant’s emotional self-regulation and dyadic interactions were observed in the experimental situation Face-to-Face-Still-Face. The behaviours of the infants were classified according to their form of behavioural organization (e.g., intensity of the displayed behaviour, behaviour quality and the child's ability to recover in the last episode of the Still-Face). Concerning the parents, the behaviours were classified according to the involvement quality, positive to negative, progressively, in a combination of factors: facial expression, gaze direction and vocalizations. The results indicated that, in our sample, infants presented the same behaviour patterns (Socially Positive, Socially Negative and Self-Comfort Oriented) with both parents, however, exhibited more positive behaviours with mothers and more negative behaviours with fathers. However, considering the differences between fathers and mothers behaviour, mothers exhibited more intrusiveness. Regarding the demographic factors, these self-regulation behaviours appeared to be significantly associated with parental variables, such as education and age of parents, and child factors regarding gender, gestational weight and parity. Thus, the data from this study allowed us to conclude that infant’s self-regulation should not be understood only as a baby contribution, but as a dyadic outcome.

Identificador

Gonçalves, I. M. G. (2015). Estudo sobre a qualidade da autorregulação do bebé na situação face-to-face-still-face com o pai [Dissertação de mestrado] Escola Superior de Educação de Lisboa/Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa

http://hdl.handle.net/10400.21/5619

201340534

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Palavras-Chave #Autorregulação infantil #Face-to-face-still-face #Interação pais-bebé #Infant self-regulation #Parent-infant Interaction
Tipo

masterThesis