Uma leitura dos poemas inéditos de Vergílio Ferreira


Autoria(s): Godinho, Helder
Data(s)

25/10/2010

25/10/2010

1980

Resumo

Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, n.1(1980)

Os poemas de Vergílio Ferreira organizam-se em torno de uma Ausência que remete para um Paraíso Perdido, além do Tempo e do Espaço, e de uma Queda, decorrente dessa Ausência. É, com efeito, a Ausência de uma Pessoa Fundamental, Verdade ou Caminho onde o Encontro fosse possível, que provocou a Queda actual no poço de águas mortas e lodosas, onde o Presente é vivido. Porque, cortada por essa Ausência a possibilidade do Encontro, a solidão generaliza-se a qualquer contacto e matiza- -se mesmo de protesto, como veremos. Além disso, o Encontro é ainda impossível porque a Greometria não acontece e a vida é um deserto ou uma estrada única e inútil, resultante da indistinção de todos os caminhos, os da vida e os da morte: «Na jornada agoirenta/com uivos de vento e chicotes de chuva/sinto o corpo a mirrar-se/e a alma a secar-se./E o mundo redemoinha tão perto de mim/com os riscos do princípio e as angústias do fim.../Não se separam as ruas./Larga como o deserto,/negra como a gargalhada no silêncio do terror,/a rua ê uma só: — a mais pequena, a maior» (Caminhos Cruzados)

Identificador

pp. 59-68

0871-2778

http://hdl.handle.net/10362/4215

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Relação

;N.1

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Vergílio Ferreira
Tipo

article