A cor na pintura balinesa: caracterização dos pigmentos da pintura balinesa
Contribuinte(s) |
Muralha, Vânia S. F. |
---|---|
Data(s) |
24/11/2009
24/11/2009
2009
|
Resumo |
Dissertação apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para obtenção do grau de Mestre em Conservação e Restauro Os bens etnográficos enquanto objectos representativos da actividade humana (de um individuo ou grupo cultural) permitem o estudo de aspectos de uma cultura, oferecendo designadamente informações sobre a vida social, economia e politica, mas também acerca da língua,folclore, arte, religião, rituais e crenças. No presente trabalho foi efectuado um estudo de quatro objectos etnográficos, quatro pinturas sobre tela provenientes da Indonésia (ilha de Bali), e que fazem parte do espólio de dois museus etnográficos portugueses: o Museu Nacional de Etnologia e o Museu do Oriente. As informações de que se dispunha à partida eram muito escassas e a investigação levada a cabo começou por uma breve aproximação ao contexto histórico-artístico e social dos objectos, em simultâneo com a realização de um conjunto de análises laboratoriais com o intuito de caracterizar os materiais pictóricos. A selecção das pinturas foi realizada de forma a permitir estudar a evolução da paleta de cores da pintura balinesa ao longo de aproximadamente um século. A principal técnica de exame e análise escolhida para a identificação dos pigmentos foi a microscopia Raman (μR) por ser uma técnica que tem vindo a demonstrar inúmeras vantagens no estudo do património cultural. Os resultados obtidos permitiram chegar à conclusão que, se por um lado observa-se consistência na iconografia retratada em todas as pinturas, por outro, constatou-se uma evolução dos materiais utilizados na execução destas pinturas. Foi possível identificar que os pigmentos presentes nas pinturas mais antigas coincidiam com os empregues na pintura balinesa tradicional, ou seja,verificou-se a presença de pigmentos inorgânicos como: hematite, goetite, vermelhão e pigmento negro à base de carbono. Nas pinturas mais recentes, a gama de cores observada é mais ampla devido à presença de pigmentos orgânicos sintéticos pertencentes às seguintes subclasses: naftol AS, diarilido e ftalocianina. A introdução destes pigmentos sintéticos pode dever-se às influências de artistas ocidentais que se mudaram para Bali após a I Guerra Mundial. Em todas as pinturas foi possível identificar uma camada de preparação à base de amido, característica da pintura tradicional Balinesa. Surgiu também a oportunidade de efectuar um estudo comparativo com amostras de pigmentos enviadas de Bali, por um pintor balinês, o que permitiu complementar a análise dos pigmentos. Verificou-se que na sua maioria pertenciam aos pigmentos usados na pintura balinesa tradicional. O trabalho desenvolvido permitiu conhecer melhor os processos tecnológicos e matérias primas empregues na execução deste tipo de pintura oriental. Deste trabalho resultou a realização de uma comunicação oral com o título: Indonesian painting:pigment characterisation of modern Balinese painting by Raman microscopy, apresentada na conferência internacional TECHNART 2009: Non-destructive and Microanalytical Techniques in Art and Cultural Heritage,decorrida em Atenas de 27 a 30 de Abril de 2009. |
Identificador | |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
FCT - UNL |
Direitos |
openAccess |
Tipo |
masterThesis |