Cobertura de risco ou especulação? : Evidência da utilização de derivados pelas empresas portuguesas durante a recente crise financeira


Autoria(s): Cruz, Bernilde da Conceição
Contribuinte(s)

Sacadura, José Nuno Teixeira de Abreu de Albuquerque

Data(s)

19/05/2015

19/05/2015

01/12/2014

Resumo

Mestrado em Contabilidade

Num mundo imperfeito, predominado pela incerteza, a gestão da exposição ao risco sistemático ou não diversificável tem sido objeto de grande preocupação por parte dos agentes económicos. A atual crise financeira europeia, a maior após a Segunda Guerra Mundial, aumenta essa incerteza. Para garantir uma gestão eficiente, as empresas tentam reduzir o aumento dos riscos financeiros decorrentes da variabilidade da taxa de juro, da taxa de câmbio e do preço das commodities através da implementação de estratégias de cobertura. No entanto, a gestão dos riscos financeiros de uma empresa depende da perceção que o responsável financeiro tem do risco, e se esse risco pode ou não afetar o valor esperado da empresa. A literatura sobre a gestão de riscos financeiros é mista, alguns autores argumentam que a implementação de políticas de cobertura de risco pode ser benéfica para a empresa, enquanto outros defendem o oposto. Ao longo deste estudo, analisamos as características das empresas portuguesas não financeiras que utilizam derivados durante a recente crise. Baseado numa amostra de 29 empresas portuguesas não financeiras cotadas durante o período 2008-2009, os resultados sugerem que a utilização de derivados financeiros, para fins de cobertura de risco, está positivamente relacionada com a dimensão da empresa, corroborando a literatura existente. Sugerimos também que as empresas com grandes volumes de vendas em moedas estrangeiras são mais propensas a recorrer aos mercados financeiros derivados com outros fins para além da cobertura de risco.

In an imperfect world, dominated by uncertainty, the management of systematic risk has been a matter of great concern among economic agents. The current European financial crisis, the biggest after World War II, boosts this uncertainty. In order to ensure an efficient risk management, firms try to reduce the increased financial risks arising from interest rates, exchange rates and commodity price variability through the implementation of hedging strategies. However, the financial risk management of a firm depends on the CFO perception of risk, and whether that risk may or not affect the expected value of the firm. The financial literature on risk management is mixed, some authors argue that the implementation of hedging policies can be beneficial to the firm, while others argue the opposite. Throughout this study, we analyze the characteristics of non-financial Portuguese firms that use derivatives during the recent crisis. Based on a sample of 29 listed non-financial Portuguese firms during 2008-2009, the findings suggest that the use of financial derivatives, for hedging objectives, is positively related to the size of the firm, corroborating the existing literature. We also suggest that the firms with large volumes of sales in foreign currencies are more prone to resort to financial derivatives for other purposes than hedging.

Identificador

http://hdl.handle.net/10400.21/4556

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Derivados financeiros #Gestão de risco #Especulação #Estrutura ótima de capital #Crise financeira 2008 #Derivatives #Risk management #Speculation #Optimal capital structure #Financial crisis 2008
Tipo

masterThesis