Uma leitura pedagógica da construção histórica do conceito de energia: contributo para uma didáctica crítica


Autoria(s): Valente, Mariana de Jesus Pedreira
Contribuinte(s)

Ambrósio, Teresa

Pereira, Duarte Costa

Data(s)

09/05/2006

09/05/2006

1999

Resumo

Tese de doutoramento em Ciêncas da Educação, área da Teoria Curricular e Ensino das Ciências

A noção de energia tem, ao longo da sua história, ocupado um lugar charneira entre movimentos antagonistas, nomeadamente entre representacionistas e expressionistas (na história da pintura), entre energetistas e mecanicistas (na Física); tal como esta investigação mostra. No que diz respeito ao campo educativo ela encontra-se, também, no cerne de uma contradição. Se considerarmos que o pensamento se torna interessante e estimulante, quando começamos a estabelecer ligações, a energia, sendo exemplar a esse respeito, tem um valor educativo importante - através dela, no século XIX, uniram-se diferentes mundos (fisico, químico e biológico) culminando mais tarde com a união do mundo em geral; uniu-se o novo e o velho; uniu-se o natural e o artificial. Por tudo isto, encontramos no conceito de energia uma grande variedade de elementos que nos permitem, com sucesso, cultivar o gosto pelas ideias e colocar em cena o poder e os limites do conhecimento científico. Ora, como resultado de alguma investigação, no âmbito da Didáctica, têm emergido propostas de ensino-aprendizagem que apontam para um decréscimo da importância curricular deste conceito, dadas as dificuldades cognitivas associadas a sua aprendizagem. Foi através desta tensão inicial que se desenvolveu a nossa problemática. Resolvemos esta contradição introduzindo a ideia de ritmo educativo (Whitehead). Encarar o gesto educativo com base numa ideia de ritmo parece-nos uma ideia unificadora importante e estimulante. Trata-se do ritmo criado pela passagem por tês fases de qualquer gesto educativo: "o romance", "a precisão e "a generalização" (sendo esta última uma forma de romance enriquecida pela precisão). O "romance" e a "generalização" vivem da produção de sentidos, das emoções estéticas derivadas das ligações que estabelecem. Estes dois aspectos do ritmo - geralmente ausentes no ensino-aprendizagem das ciências - encontramo-los, hoje, nas novas teorias sobre educação científica, quando se apela a introdução da narrativa no ensino das ciências (Bruner). Esta investigação pretende mostrar como a construção histórica é um bom caminho para a produção de narrativas pertinentes para a compreensão dos problemas em questão, e estimulantes para o desenvolvimento da ligação ao conhecimento. Produzir alguns elementos que possam contribuir para um ensino da Física verdadeiramente educativo, foi um objectivo importante deste trabalho de investigação. Assim, a exploração de textos históricos e de textos de historiadores da ciência esteve na base da prossecução do nosso objectivo. A investigação histórica que desenvolvemos teve, também, o objectivo de nos ajudar a avaliar alguns pontos de partida dos investigadores no âmbito da Didáctica da Física, através do enquadramento dessas ideias que, por vezes, adquirem uma forma dogmática.

Formato

24634523 bytes

application/pdf

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/332

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Nova de Lisboa: Faculdade de Ciências e Tecnologia

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Energia #Construção histórica #Crítica #Ritmo educativo #Conservação #Degradação
Tipo

doctoralThesis