José Saramago e os jornais: os anos de 1968 a 1975


Autoria(s): Aguiar, Marta Cristina Spínola
Contribuinte(s)

Rezola, Maria Inácia

Data(s)

18/03/2015

18/03/2015

01/11/2014

Resumo

Dissertação apresentada à Escola Superior de Comunicação Social como parte dos requisitos para obtenção de grau de mestre em Jornalismo.

Diretor-adjunto do Diário de Notícias (DN), de abril a novembro de 1975, José Saramago é frequentemente acusado de ter sido o principal responsável pelos saneamentos políticos que resultaram na saída de cerca de duas dezenas de jornalistas desse jornal. Ao longo de todo o processo, que decorre num dos momentos mais turbulentos da Revolução Portuguesa, Saramago é igualmente acusado de ter extravasado as suas funções na direção e de atuar ao serviço do “gonçalvismo”. Este acontecimento foi o ponto de partida para esta investigação. José Saramago começou a colaborar regularmente na imprensa em 1968, na Seara Nova. A experiência, continuada e aprofundada noutros órgãos de comunicação, rapidamente lhe confere alguma visibilidade, sobretudo devido ao tom acutilante das críticas que dirigiu ao regime. Veja-se, a título de exemplo, a forma como, em finais de maio de 1972, comenta uma comunicação do secretário de Estado da Informação: “a comunicação lida pelo secretário de Estado da informação aos directores dos jornais nada veio a acrescentar de novo aos textos legais que passam a condicionar a actividade da imprensa no nosso país. Outra coisa não se esperaria, evidentemente”1 1 Diário de Lisboa, 30 de Maio de 1972, p. 3 (http://casacomum.net/cc/visualizador?pasta=06814.164.26011#!3) (consultado a 10/09/2014) Coincidindo, em grande medida, com o período da queda da ditadura e do desencadeamento do processo revolucionário português, a atividade de José Saramago enquanto jornalista permanece por estudar. Aliás, a maioria dos estudos sobre o autor remetem para o seu estilo de escrita ou para os seus romances. Assim, o objetivo desta dissertação é o de analisar a fase em que Saramago colaborou a imprensa como cronista, nos jornais A Capital, o Jornal do Fundão, o Diário de Lisboa e o Diário de Notícias. Este último marcou o momento mais controverso da sua carreira, que teve como resultado a viragem do autor para o mundo da escrita.

DN’s deputy director from April to November 1975, José Saramago is frequently accused of having been the main responsible for the political cleanses that resulted in the dismissal of two dozen journalists from this newspaper. Throughout the process, happening during one of the most turbulent moments of the Portuguese Revolution, Saramago is equally accused of overstepping his functions in directing the newspaper and of acting in service of the “gonçalvismo” movement. This occurrence was the starting point for this investigation. José Saramago started to regularly collaborate with the press in 1968, through Seara Nova. The experience, that was both continued and further explored in other magazines and newspapers, rapidly granted him some visibility, mainly due to the incisive tone of the criticism he directed at the regime. This can be seen, for example, in the way how, in the end of May 1972, he comments on a communication by the Information Secretary of State: “a comunicação lida pelo secretário de Estado da informação aos directores dos jornais nada veio a acrescentar de novo aos textos legais que passam a condicionar a actividade da imprensa no nosso país. Outra coisa não se esperaria, evidentemente”2 (the communication read by the Information Secretary of State to newspaper directors adds nothing new to the legal texts that begin constraining the activity of the press in our country. No other thing was to be expected, evidently.) Mostly overlapping the fall of the dictatorship and the start of the Portuguese revolutionary process, José Saramago’s activity as a journalist remains mostly unstudied. Furthermore, the majority of studies about the author target his writing style or his novels. Therefore, the objective of this dissertation is to analyse the phase when Saramago collaborated with the press as a columnist, in the newspapers A Capital, Jornal do Fundão, Diário de Lisboa and Diário de Notícias. The latter marked the most controversial moment of his career and caused, as a result, the author’s turn to the world of writing.

Identificador

Aguiar, Marta Cristina Spínola - José Saramago e os jornais: os anos de 1968 a 1975. Lisboa: Escola Superior de Comunicação Social, 2014. Dissertação de mestrado.

http://hdl.handle.net/10400.21/4403

201122499

Idioma(s)

por

Publicador

Escola Superior de Comunicação Social

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #José Saramago #Estado Novo #Jornais portugueses #Jornalistas #Crónicas #Jornalismo #Portuguese newspapers #Journalists #Chronicles #Journalism
Tipo

masterThesis